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Websérie pernambucana debate violência contra a mulher e machismo

Publicado em: 19/05/2020 11:15 | Atualizado em: 19/05/2020 11:34

A websérie deriva da pesquisa Do gênero performativo às perfomatividades de gênero, aprovada no edital do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura). (Foto: Camila Silva/Divulgação)
A websérie deriva da pesquisa Do gênero performativo às perfomatividades de gênero, aprovada no edital do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura). (Foto: Camila Silva/Divulgação)
O Núcleo de Experimentações em Teatro do Oprimido (Nexto) lança a websérie Ferida, que tem como pauta central discussões de gênero como machismo, violência e desigualdade de gênero. Serão três capítulos, que surgem a partir de performances, mesclando entrevistas com pessoas contando histórias pessoais sobre o tema. Os capítulos serão lançados a partir do próximo sábado (23), os outros nos dois seguintes 30/05 e 06/06. A série pode ser assistida pelo site: www.nextope.com.

A atriz e arte-educadora Andréa Veruska, idealizadora do projeto, comenta sobre a escolha do tema. "Achamos importante ressaltar que a violência contra a mulher não acontece apenas com a presença do homem, mas também se manifesta entre as próprias mulheres quando reproduzem ideias machistas. Foi através do contato com a arte performática que passamos a pensar sobre como a gente performava nosso gênero, sinalizamos situações que nos inquietavam e tentamos desconstruir essa valorização das diferenças de gêneros".
 
Os capítulos Perseguida, Mulheres que carregam homens e Devir animal foram gravados entre 2018 e 2019 em diferentes locações, que também reforçam a discussão que cada um traz. Em Perseguida, a performance de Veruska vestindo uma armadura coberta de pregos enferrujados e objetos cortantes para encarar o metrô do Recife trata do assédio e vunerabilidade das mulheres no dia a dia, inclusive no transporte público.

Mulheres que carregam homens traz fala sobre divergências entre homem e mulher, refletindo sobre o modelo cultural machista e patriarcal que acentua a desigualdade de poder na sociedade. Neste episódio, a performance das atrizes carregando um homem nas costas pelas ruas do Recife gera questionamentos e reflexões entre os espectadores. Por fim, a performance Devir animal tensiona a ideia do corpo feminino como carregado de essenciais próprias, sendo muito lido a partir dos estereótipos de "belo" e "limpo".

A websérie deriva da pesquisa Do gênero performativo às perfomatividades de gênero, contemplada no edital do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura). A pesquisa criou performances inspiradas na relação das artistas envolvidas com seus corpos, suas sexualidades, seus gêneros. A ideia de performar o seu próprio gênero levou os artistas a criarem cinco performances individuais, uma fotoperformance e um Manifesto do Gênero Performativo. Estes dispositivos foram apresentados nas ruas do Recife, Olinda, Caruaru e São Lourenço da Mata. Em 2019, Mulheres que carregam homens, participou do 2 º Festival Feminista de Lisboa, em Portugal.
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