Artes Visuais

Potência e versatilidade do corpo é tema de exposição no Recife

Publicado em: 05/03/2020 17:41 | Atualizado em: 05/03/2020 17:57

Flávia Pinheiro em um ferro-velho na Guabiraba, na RMR. (Fotos: Pedro Coelho/Divulgação)
Flávia Pinheiro em um ferro-velho na Guabiraba, na RMR. (Fotos: Pedro Coelho/Divulgação)
A pesquisa da diretora e coreógrafa paulista Flávia Pinheiro em torno do corpo, em toda a sua potência e versatilidade, agora pode ser contemplada através de fotos e vídeos na exposição Abismos de um corpo que falha, montada na Galeria Massangana, no prédio da Fundação Joaquim Nabuco de Casa Forte, Zona Norte do Recife. O vernissage será neste sábado (7), às 16h, com entrada gratuita. Flávia assina a produção executiva e expografia da mostra, essa última em conjunto com Diogo Todë. As fotografias são de Rhayssa Oliveira e Pedro Coelho, enquanto os vídeos foram produzidos por Pedro Giongo.

Na mostra, objetos encontrados em um ferro-velho na periferia do Recife servem de vestígios da performance e ganham status de esculturas. "Iniciei o trabalho em um ateliê, a partir de texturas. Observava o comportamento do corpo vivo em relação a objetos diversos: macios, duros, esponjosos ou porosos. Verificando também como o peso incidia diante destas coisas de tamanhos e densidade diferentes”, conta Flávia Pinheiro. "Mais tarde, em um ferro-velho na Guabiraba, encontrei bala de canhão, corrente de navio e tudo pesava mais pra tonelada. Comecei a trabalhar com esses materiais a possibilidade, deslocamento, atenta ao desenho e partitura do espaço."

Os registros fotográficos e audiovisuais retratam as performances executadas in loco em complemento à instalação. "São elementos que assumem a tentativa frustrada de simular aquilo que aconteceu, pois quando passa da tridimensionalidade para o 2D, muito não se capta", continua Flávia. Na abertura, às 18h, ela realizará a performance ao som de trilha incidental (quando a música é coadjuvante, um background) para ativar a exposição.

Todo o trabalho é resultado das pesquisas realizadas através das Residências Artísticas 2018, projeto de incentivo às artes visuais da Fundação Joaquim Nabuco.

Mais sobre a pesquisa
Abismos de um corpo que falha é parte da investigação de Flávia Pinheiro sobre o corpo em movimento. "Tento entender e hackear o corpo, que é esse mecanismo ou utopia ficção analógica-digital. O abismo é o tempo dessa obsolescência programada das coisas e objetos dentro do antropoceno, que é essa ideia ou essa construção de identidade humana que tem relação com o sistema neoliberal, capitalista, branco do Norte. O abismo é a busca de outras lógicas, a destruição desses padrões canônicos”, reflete. A obra ainda funciona como resolução ou procedimento nas artes visuais de sua performance cênica anterior, Ruínas de um futuro em desaparecimento.

SERVIÇO
Exposição Abismos de um corpo que falha
Onde: Galeria Massangana, na Fundação Joaquim Nabuco (Avenida Dezessete de Agosto, 2187, Casa Forte)
Vernissage: neste sábado (7), às 16h
Visitação: até 19 de abril. Terças às sextas, das 8h30 às 17h. Sábado, domingo e feriados das 13h às 17h.
Quanto: Gratuito
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