Maroon 5 supriu expectativas em Pernambuco com sequência arrebatadora de hits

A banda estadunidense Maroon 5 supriu as expectativas do público pernambucano durante o seu primeiro show no estado, em Olinda, na noite desta quinta-feira (5). E por um motivo bem simples: o grupo apresentou uma enxurrada de sucessos, sem tréguas entre uma música e outra. Também foi uma apresentação sem surpresas e com poucas falas do vocalista Adam Levine, mas satisfatória por exaltar o aspecto de “hitmaker” do grupo, talvez sua característica mais valorosa. De acordo com a assessoria de imprensa do evento, cerca de 25 mil pessoas lotaram a área externa do Centro de Convenções de Pernambuco.

A banda Melim ficou responsável pela abertura, com show a partir das 19h50. O público ainda era escasso, sobretudo na área frontstage. O trio cantou sucessos como Meu abrigo, Hipnotizou e Paraíso na terra. Antes da banda principal, o palco ainda recebeu o DJ MrMailbox, que surpreendeu o público ao mesclar música pop, eletrônica, funk e até brega-funk, com o hit do carnaval Tudo ok, de Thiaguinho MT, Mila e JS Mão de Ouro.

Maroon 5 entrou no palco pontualmente às 21h30, como o previsto. Foi quando as áreas do Centro de Convenções, outrora vagas, ficaram visivelmente lotadas. A banda abriu com o clássico This love, do álbum de estreia Songs about jane (2002). Seguiu com What lovers do, Makes me wonder, Payphone e Maps. O público cantou todas em coro.

Na sexta canção, Adam Levine tirou a regata branca que vestia, um momento que já faz parte do roteiro dos shows da banda, exibindo um corpo totalmente tatuado. Ele jogou a peça de roupa para o público do frontstage e seguiu o show com Moves like Jagger, sucesso dançante de 2012 em parceria com Christina Aguilera. A menção ao astro Mick Jagger, inclusive, fica ainda mais nítida ao vivo. Adam aposta em uma performance dançante, sensual e bem-humorada, assim como o vocalista do The Rolling Stones.

Também teve espaço para músicas do começo da carreira, visivelmente menos conhecidas por parte do público, como Sunday morning e Harder to breathe. Artes psicodélicas apareceram no telão quando a banda enveredou para seu lado ainda mais pop, com Cold, Don’t wanna now, One more night e Animals. Foi quando ele cantou com uma bandeira do Brasil nas mãos, a levando constantemente ao peito. Também existia uma bandeira de Pernambuco jogada no palco, mas acabou sendo retirada durante o encerramento do bloco. Daylight e Suggar deram continuidade antes que Adam apresentasse os músicos da noite: James Valentine (guitarra), Jesse Carmichel (guitarra e teclado), Mickey Madden (baixo), Matt Flynn (bateria), PJ Morton (teclado) e Sam Farrar (teclado e guitarra).

Antes do último bloco, Adam começou a conversar mais com a plateia. “Vocês são incríveis. Vocês são incríveis para caralh*. No caminho para cá, aprendi a pronúncia certa. Me corrijam se eu estiver errado: Recife, Recife”, disse, arrancando gritos e aplausos.

“Na minha carreira, só toco essa música no Brasil. Eu amo essa música e só a toquei três vezes nessa turnê. Cantem conosco”, avisou, antes de cantar Won't home without you, sucesso de 2007, em versão acústica. A baladinha foi seguida por outra, ainda mais famosa: She will be loved, que começou acústica depois subiu de tom com acompanhamento da banda. O encerramento ficou por conta de Girl like you, recente parceria com Cardi B. A banda fez reverência, as luzes se apagaram e o público, satisfeito, não pediu bis.

Entre fãs da cultura pop, é comum encontrar quem zombe do Maroon 5 por uma carreira demasiadamente comercial e pasteurizada. Talvez a magia da banda esteja justamente nisso. Após o sucesso momentâneo dos singles, o afeto que ronda os hits persise. Lota shows. Arranca suspiros. Rendem bons momentos, enfim.

Após o encerramento, a Avenida Estrada de Belém ficou bastante congestionada, o que se tornou alvo de críticas de parte do público. Também teve quem reclamou da pouca quantidade de funcionários em serviços como bar e caixas móveis. Nas redes, pessoas que comparam ingressos para a área pista reclamaram de um "som abafado".