Música

Recife comemora o Dia Municipal da Música Brega. Conheça a história do ritmo

Publicado em: 14/02/2020 15:06 | Atualizado em: 14/02/2020 16:06

Reginaldo Rossi é pioneiro no ritmo (Foto: RTV/Divulgação)
Reginaldo Rossi é pioneiro no ritmo (Foto: RTV/Divulgação)
O Dia Municipal da Música Brega é comemorado nesta sexta-feira, 14 de fevereiro. O dia foi instituído no calendário oficial de eventos da cidade do Recife pelo prefeito Geraldo Julio (PSB) em 2018. Essa data foi escolhida em homenagem ao aniversário do cantor Reginaldo Rossi, conhecido como Rei do Brega, que estaria completando 69 anos se estivesse vivo. O ritmo surgiu em uma versão romântica e masculina, incorporou o vocal feminino e depois as batidas eletrônicas do funk, dando origem ao brega-funk. Nomes como Reginaldo Rossi, Conde do Brega, Kelvis Duran, Michelle Melo, Amigas, Tróia e Shevchenko e Elloco são alguns exempos de difusão das diferentes faces do ritmo.

A banda The Rossi, que perpetua o legado de Reginaldo, fará show no Clube das Pás (Rua Odorico Mendes, 263, Campo Grande) nesta sexta-feira, a partir das 17h. A banda promete comemorar a data com sucessos como A raposa e as uvas, Recife, minha cidade, Mon amour, Meu bem, Ma femme e muitos outros. A festa ainda recebe apresentações do Conde Só Brega, Banda Raízes Do Brega e a tradicional Orquestra das Pás.

Conheça a história do ritmo
A gênese da música brega começa a tomar forma ainda na década de 1960, como uma espécie de ramificação da Jovem Guarda. Ao longo dos anos, o lado mais "romântico” do "iê iê iê" foi sendo intensificado, fazendo o rock dialogar com o que ficou conhecido como “música romântica” ou “música cafona”, conversando com o bolero e a seresta. Um dos responsáveis por consagrar essa “vertente” que resultou no brega foi justamente Reginaldo Rossi, ex-integrante da banda The Silver Jets - nome nitidamente inspirado no modelo de bandas inglesas e estadunidenses. Ainda aos 22 anos, o cantor emerge na cena musical pernambucana como uma espécie de “Roberto Carlos local”, reproduzindo esse rock jovial e romântico.


Segundo o historiador Paulo César Araújo, o termo “brega” começu a ser divulgado na imprensa a partir da década de 1980, justamente para designar pejorativamente esses artistas românticos que começaram a fazer sucesso na esteira da Jovem Guarda. Seria uma música romântica considerada de "baixa qualidade", com composições e formas de cantar que expõem exageros dramáticos e não agradavam a perspectiva de críticos musicais, jornalistas e músicos oriundos das classes médias ou dominantes.

Brega pop e vocais femininos
No Pará, o brega assistiu a uma incorporação com ritmos que surgiram no Nordeste como a lambada e o axé, o que tornou as músicas mais dançantes. Foi o início do “brega pop”. É pela influência dessa nova segmentação que o Recife assiste à proliferação de diversas bandas cuja principal novidade seria a presença do vocal feminino: Swing do Amor, Banda Metade (responsável por apresentar a cantora Michelle Melo), Vício Louco, Ovelha Negra (de Palas Pinho), Kitara, Brega.Com (da vocalista Eliza Mell) e Mega Star são algumas das principais.

Essas bandas dos anos 1990/2000 foram bastante midiatizadas através de programas de auditórios locais como Muito Mais (TV Jornal), Clube Show (TV Guararapes) e Tribuna Show (TV Tribuna), todos eles transmitidos com sucesso de audiência no horário do almoço pernambucano.

O brega-funk
Foi vendo o funk crescendo no Brasil através das plataformas digitais que o brega recifense assistiu uma renovação proporcionada pela cultura digital, com músicas e vídeos que circulavam sobretudo no YouTube. Esses intérpretes combinaram a instrumentação do brega (baixo, guitarra e bateria) com batidas do funk (sobretudo o “tamborzão”) e um ritmo mais acelerado, resultando em uma instrumentação complexa e diversificada que vai sempre aderindo a novas tendência ao longo dos anos. É o início de uma nova cadeia produtiva que ganha força.


O novo gênero aparece com mais força no começo dos anos 2010 com duplas como MC Metal e Cego (Posição da rã, Gostou novinha?, Novinha tá querendo o que e Tô topando tudo) , MC Sheldon e Boco (Vem novinha me ter, Beijo de tabela e Fio dental) e Dread e Afala e Case (Quero ver e Aquece e mexe).
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