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/Foto: Mark RALSTON / AFP
Após ter sido vitorioso em premiações como o BAFTA, Globo de Ouro e no Sindicato dos Atores, o Joaquin Phoenix subiu ao palco do Oscar para finalmente coletar sua estatueta de Melhor Ator pelo seu papel em Coringa, com direção de Todd Phillips.
Joaquin tem histórico de adoração pelo críticos, já tendo sido indicado três vezes ao Oscar, chamando atenção pelas performances em “O Mestre” (2012), Walk the Line (2005) e “Gladiador” (2000).
Desde o lançamento do filme, em outubro do ano passado, muito se especulava sobre as chances do ator de levar o prêmio, já que sua brilhante atuação causou forte impacto no público, fazendo o filme alcançar a marca de US$1,050,891,623, histórica para filmes maiores de 18 anos. O longa também surpreendeu pela quantidade de indicações ao Oscar, concorrendo a 11 categorias, levando os filmes de história em quadrinho a um novo patamar.
A história conta a vida de Arthur Fleck, um aspirante a comediante que tem problemas para socializar. Isolado, perdido e deslocado, Arthur luta para se encaixar nos padrões e apenas ter uma vida digna, mas seus demônios internos, juntos a uma série de acontecimentos, fazem o personagem cometer atos violentos e insanos, se transformando cada vez mais no conhecido vilão do Batman.
Com um dos papéis mais desafiadores da história do cinema, já que o antigo Coringa teria sido eternizado pelo ator Heath Leadger, Joaquin tem uma atuação nada mais nada menos que brilhante. Sensível, doadora e honesta, é impossível não notar as nuances e degradações do personagem, até seu momento final. Com destaque para uma certa cena de dança no banheiro, após uma das viradas do roteiro. A atuação do Joaquin carrega muito dos filmes Taxi Driver e O Rei da Comédia, ambos do diretor Martin Scorcese, que também participa da premiação, e protagonizados por Robert De Niro, que faz uma ponta no longa.
Diferentemente dos outros filmes que remetem a história do Coringa, este em especial foca especialmente no desenvolvimento do vilão, portanto, tratando-o como personagem principal. Sendo assim, pode-se acompanhar com detalhes a trama de acontecimentos que levam o personagem à loucura. Nisso, a direção tem um mérito espetacular em trazer a empatia e identificação para o público de forma avassaladora, é quase impossível não se revoltar com as situações sofridas pelo Arthur. Ao mesmo tempo, é assustador ver o que o personagem é capaz de fazer diante do seu problemático estado emocional. A própria catarse cinematográfica ganha vida nesse contraste emoções, levando a uma das mais excelentes atuações na história do cinema.
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