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Amor é tema de exposição coletiva no Bairro do Recife

Publicado em: 14/01/2020 16:00

Marcelo Silveira entre os 12 artistas da mostra aberta nesta terça. (Foto: Bruna Costa/DP FOTO)
Marcelo Silveira entre os 12 artistas da mostra aberta nesta terça. (Foto: Bruna Costa/DP FOTO)

Das fotos esquecidas em caixas, encontradas mais de 50 anos depois em feiras e brechós, o artista visual Marcelo Silveira passou a refletir, ao longo de dois anos, sobre o resgate da memória, do amor e do desamor. A obra Álbum, formada por 610 fotografias sem rostos, está disposta em três murais de vidro da Arte Plural Galeria, abrindo espaço para novas caras, significados e histórias. “As fotos saíram dos álbuns porque não atingiram o padrão necessário para ocupar esse espaço e foram para caixas, como objetos eliminados. Há o desamor em quem retira as fotografias dos álbuns de família e as descarta para esquecer as memórias.

Mas há também um amor presente em retomar algo esquecido que venha a ser reconstruído”, explica o artista. A pesquisa que se tornou peça de arte é uma das obras da exposição coletiva A necessidade do amor, com curadoria do jornalista Júlio Cavani. Silveira também expõe Pele, uma escultura flutuante de madeira desenvolvida para a mostra, que terá vernissage nesta terça (14), às 19h, para convidados. A visitação, com entrada gratuita, segue até o dia 14 de fevereiro - de segunda a sexta, das 13h às 19h, e aos sábados, das 14h às 18h. A mostra abre a temporada 2020 da Arte Plural (Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife).

Júlio Cavani, curador da exposição. (Foto: Bruna Costa/DP FOTO)
Júlio Cavani, curador da exposição. (Foto: Bruna Costa/DP FOTO)

A necessidade do amor reúne obras de 12 artistas do Grande Recife: Christina Machado, Valéria Rey Soto, Alcione Ferreira, José Barbosa, Priscila Buhr, Luciano Pinheiro, Rinaldo, Coletivo Vacilante e Antônio Mendes, que já integram o acervo da galeria, além dos convidados Marcelo Silveira, Fefa Lins e André Nóbrega. “Em tempos de imposição da cultura do ódio, o amor e desejo seriam a resposta para isso. A exposição é uma interpretação minha sobre o trabalho dos artistas, construída de maneira intuitiva e menos acadêmica. Vem mais do coração do que da razão. Os trabalhos apresentados expressam uma vontade, euma ação concreta, de transformação contrassistêmica e de liberação dos corpos, corações e mentes”, explica Cavani.


Na foto, as telas de Fefa Lins e Luciano Pinheiro ao lado da escultura vertical de Marcelo Silveira. (Foto: Bruna Costa/DP FOTO)
Na foto, as telas de Fefa Lins e Luciano Pinheiro ao lado da escultura vertical de Marcelo Silveira. (Foto: Bruna Costa/DP FOTO)

As 15 obras foram produzidas em diferentes linguagens, como pinturas, fotografias, desenhos, esculturas e experimentos mistos, algumas vezes abstratos ou figurativos. Entre os destaques está Re-pouso, de Priscila Buhr, um miniconto fotográfico que mescla detalhes do corpo feminino com textos de poesia manuscrita sobre a morte do amor, inspirado pela escritora Hilda Hilst. Em Porta à Iemanjá, José Barbosa traz uma peça vertical de madeira partir da técnica da talha, trabalho que se dedica há mais de 50 anos e que versa sobre a fertilidade e o amor maternal. Ao sugerir conexões e aproximações, Cavani promove identificações entre artistas de diferentes estilos e gerações.

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