Viver

/Foto: Ashlley Melo/Divulgação

O recifense Thiago Emanoel Martins do Nascimento, 29 anos, começou sua trajetória artística ligado à literatura, mais especificamente ao universo da poesia popular, da viola e dos repentistas do coco. Por isso, sua carreira musical começou com a presença da rabeca, instrumento que tocou na banda Sagarana. Após ganhar mais notoriedade na cena autoral pernambucana ao integrar as bandas Marsa e Forró na Caixa, o músico lança agora seu primeiro projeto solo, intitulado Martins, mesmo nome adotado no meio artísticos. O disco resgata justamente esse histórico literário, apostando em espécies de crônicas sobre vivências, amores e desamores.
"É um disco em que falo de coisas que observo. São músicas que eu não conseguiria fazer se não fosse no álbum solo”, diz o artista. O show de lançamento do álbum será hoje, às 20h30, no Teatro Luiz Mendonça, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Todas as 11 faixas serão executadas ao vivo com Juliano Holanda na guitarra, Rafa B na bateria e Rogê Victor no baixo. No palco, ele também contará com participações de Isadora Melo e Gilú Amaral.
Disponível nas plataformas digitais desde o final de novembro, Martins foi gravado no Recife e na Europa, durante uma turnê do artista pela região coma banda Forró na Caixa. O projeto tem incentivo do Funcultura e contará com distribuição física da gravadora carioca Deck. Juliano Holanda, que é um dos alicerces da emergente cena autoral do Recife, também assina a direção musical e é parceiro nas faixas Um só ser, Olhos que afagam e Vértebra por vértebra - essa última gravada na França com arranjos da f lautista argelina Amina Mezaache.

No âmbito das composições, Martins conta com a participação de Paulo Neto (em Nossa dança), Estranha toada (PC Silva) e Aquém de mim (escrita com Ju Valença). "Esse disco foi o lugar que eu tive para fazer tudo do jeito que quero”, continua o cantor. “No começo, pensamos em fazer algo mais intimista e acústico, justamente para fugir do rock urbano e com banda elétrica da Marsa.Mas eu gosto muito de tocar em festivais, então fiz um disco mais ‘para f rente’, que tem o trio bateria, baixo e g uitar ra. A parte intimista ainda existe, trazendo um outro lugar que eu tenho, mais sensível e aguçado. Sou eu querendo falar sobre amores, desamores e cotidiano.Esse disco é uma crônica cotidiana, digamos assim", define.
Na capa, com fotografia de André Sidarta e arte de Priscila Lins, Martins aparece com um leve ref lexo da paisagem do Recife sobre o seu corpo. É uma forma de expressar a inspiração das vivências e sonoridades da capital. Na faixa Por dentro, que encerra o repertório, ele canta: “Eu fico em frente ao Boi Neon / Você prefere o Bar Central / Eu acho quase tudo bom / Enquanto você passa mal”, fazendo referência aos bares daRua Mamede Simões, bastante frequentada pela juventude alternativa da cidade. “Quero que as pessoas escutem e se identifiquem sobre algum momento curioso que está vivendo, como acontece com uma crônica”, finaliza.
SERVIÇO
Show de lançamento do álbum Martins
Quando: nesta terça-feira (17), a partir das 20h30
Onde: Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu, Avenida Boa Viagem)
Quanto: R$ 20 e R$10 (meia)
Últimas

Mais Lidas
