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MÚSICA

Skank, que anunciou o fim da banda, entra em estúdio para gravar último CD

Publicado em: 04/11/2019 08:04

Henrique Portugal, Lelo Zaneti, Samuel Rosa e Haroldo Ferretti tocam juntos desde os primórdios da banda. Foto: Diego Ruahn/Divulgação
 
O Skank entra nesta segunda-feira (4) no estúdio Sonastério, em Nova Lima. O que vai sair das sessões de gravação é uma incógnita. Tampouco se sabe como será lançado o resultado do trabalho. “Foi uma mera coincidência. (O início das gravações) Não tem nada a ver com a notícia”, afirmou ontem o baterista Haroldo Ferretti.
 
“A notícia” de que ele fala foi o anúncio de que a banda vai encerrar suas atividades. Em entrevista à Folha de S.Paulo, seguida de nota divulgada no site oficial da banda, o vocalista e guitarrista Samuel Rosa afirmou que o Skank vai fazer uma turnê de despedida ao longo de 2020. E que, ao final do giro nomeado 30 anos, o grupo irá se separar “sem previsão de volta”. O Skank nasceu em BH, em 1991 – o primeiro show, em 5 de junho daquele ano, foi no extinto Aeroanta, em São Paulo.
 
“Não teve briga nem nada que pesasse para uma decisão figadal. Somente um desejo por experimentação, por correr riscos e buscar outras formas de realização sem ser como Skank”, afirmou a banda na nota. A decisão partiu de Samuel.“Foi consensual. Em uma banda como a nossa, que é uma sociedade de cinco pessoas (Samuel, Ferretti, o tecladista Henrique Portugal, o baixista Lelo Zaneti e o empresário Fernando Furtado), as decisões nem sempre vêm de todo mundo junto. Mas, uma vez tomadas, todo mundo se envolve”, disse o baterista ao Estado de Minas.
 
O vocalista da banda pretende lançar um trabalho solo em 2021. Foto: Skank/Divulgação
 
A turnê 30 anos vai reunir três dezenas de hits da banda, mais uma inédita. As datas serão anunciadas em janeiro – será na segunda quinzena que o grupo colocará o pé na estrada. Até o fim deste ano, a agenda da banda tem seis shows confirmados. “Mesmo que o Skank tenha tido mudanças dentro de sua estética até agora, certas coisas são impossíveis de mudar quando se trata de uma relação dos mesmos quatro indivíduos. Quem sabe se hoje, individualmente, não sejamos melhores do que coletivamente?”, afirmou Samuel no texto sobre a dissolução da banda.
 
O vocalista pretende lançar um trabalho solo em 2021. Na verdade, não é de hoje que ele envereda por projetos além do Skank. Um de seus parceiros mais constantes fora da banda é Lô Borges. Juntos, os dois estrearam em palco em 1999, em um show no Palácio das Artes – há três anos,  lançaram um CD e DVD ao vivo. Nando Reis, que divide várias canções com Samuel (os dois já gravaram juntos um especial de TV), Milton Nascimento, Emicida, Negra Li e Beto Bruno são outros parceiros do vocalista em incursões sem o Skank. Samuel ainda tem um show em formato solo.
 
No encerramento da nota sobre o fim da carreira, o Skank cita que “o single recente Algo parecido soma mais de 31 milhões de plays no Spotify e 12 milhões de views no Youtube” e conclui: “Que seja a senha para um próximo capítulo, que começa com a turnê e depois se divide em quatro”.
 
No fim da tarde de domingo (3), Samuel publicou um depoimento em sua conta no Instagram: “Nós, da banda, teremos a chance, depois de 30 anos muito bem vividos, de nos jogarmos ao desamparo de trilhas solitárias. Tenho certeza de que será instigante e desafiador, e de quantos mais ingredientes a vida precisa, não é mesmo? Então o Skank, mais uma vez, faz um derradeiro convite a quem nos acompanha e já está acostumado; mudança, movimento. A toada sempre foi essa, e foi exatamente o que nos fez perpetuar e soar relevantes ao longo de 30 anos quase. Não foi lá das tarefas mais fáceis, mas foi prazeroso, muito, diria eu”.
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