música
'Quero que minha filha seja empoderada e lute pelas mulheres', diz Péricles em entevista
Por: Viver/Diario
Publicado em: 19/10/2019 10:13
O resgate das canções da década de 1990 tem sido uma escolha frequente nos repertórios dos sambistas e pagodeiros do país. Para Péricles, o fato está relacionado ao grande impacto da cena musical do período, mas não quer dizer que estão parados. “A música dos anos 1990 ainda é muito viva para nós, por isso é muito relembrada em nossas apresentações. Mas o gênero vem se renovando sempre, até chegarmos no que é hoje com Dilsinho e Ferrugem, por exemplo, que já vem bebendo de outras fontes, como o pop, coro gospel e blues”, pontua Péricles em entrevista ao Viver.
O cantor traz para o show o novo álbum Em sua direção, indicado ao Grammy Latino como melhor álbum de samba e pagode. “Nós soubemos da indicação através da nossa gravadora e foi uma notícia muito feliz, fruto de um trabalho que me dá muito orgulho. A gente sonha que um reconhecimento como esse vai chegar, mas não espera que aconteça. Já somos vitoriosos pelo fato de sermos lembrados, a partir do momento que a música vai agradando, isso já é muito bom. É um sinal que estamos passando nossa mensagem”, afirma.
Confira a entrevista:
Como estão os preparativos para o pagode do Pericão?
Eu estou ansioso. É um projeto ousado que deseja levar uma roda de samba para muita gente que gosta de pagode, mas não tem chance de ir. É uma maneira de chegar mais próximo do nosso público. Estamos apostando nisso.
Você se consolidou como um intérprete pela potência vocal e em uma turnê acústica que fez para o teatro mostrou outros lados, cantando canções até em inglês. Que outros estilos gostaria de cantar? Ideias eu tenho um monte. Já adaptei canções de Camila Cabello, cantando em inglês e espanhol, e minha ideia é transformar o samba em uma música mundial, com diversas influências, mas sempre mantendo as raízes.
Há quase dois anos, você gerencia a própria carreira através de sua empresa Farias Produções. Como é conciliar o ritmo de produção musical com a rotina de artista? Em todos os escritórios que passei, as experiências me fizeram chegar a esse ponto. É bom poder tomar as rédeas da minha carreira, saber o que é importante e o que não é.
Você será pai novamente, agora, de uma menina, Maria Helena. Mais de 26 anos depois do nascimento de Lucas Morato, que também é cantor e compositor. Como está a expectativa? Eu estou sentindo uma relação de amor, ser pai agora nos dá a perspectiva de que o cidadão que tem a nossa idade ainda pode constituir uma família, não é velho. E ser uma menina é uma alegria dobrada, pretendo tratá-la como tratei o Lucas, ele é músico que é, hoje em dia, pelo talento dele. Sou realizado pelo que ele quer, e que seja feliz.
Que país você quer para a sua filha?
Eu espero um país que não tenha tanta desigualdade, intolerância e que ela possa andar de cabeça erguida. Quero que Helena seja empoderada, lute pelas mulheres, saiba o lugar dela nessa sociedade que oprime e faz a mulher ser um objeto de domínio e desejo. Eu vou torcer que a boa educação seja uma prioridade para o país.
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