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A Dona do Pedaço chega ao capítulo 100 com reviravoltas para Maria da Paz e Josiane

Publicado em: 12/09/2019 14:10 | Atualizado em: 12/09/2019 17:05

Josiane (Agatha Moreira) e Maria da Paz (Juliana Paes). Foto: TV Globo/Divulgação
Rio de Janeiro - A dona do pedaço, atual novela das 21h da Rede Globo, chegaao centésimo capítulo nesta quinta-feira (12) com a missão de manter o êxito adquirido na estreia, em maio. A trama entrou no ar com a responsabilidade de recuperar o baixo índice de audiência deixado por O sétimo guardião, um enredo de realismo mágico de Aguinaldo Silva que acabou não vingando. A emissora agora aposta em um texto de Walcyr Carrasco que retorna a um folhetim mais “rasgado” que os brasileiros parecem apreciar.

O principal núcleo gira em torno de uma grande traição familiar que envolve posse de fortuna, mansão e empresa. Os personagens conquistaram o público, a atração ganhou as redes e a audiência televisiva de fato subiu. Só na primeira semana, obteve a melhor marca desde Império (2014).

A narrativa começou na década de 1990 acompanhando Maria da Paz (Juliana Paes) e Amadeu (Marcos Palmeira), filhos de famílias rivais. Já no primeiro episódio, tiveram o casamento impedido porque a avó da noiva baleou o rapaz e reviveu a rixa entre os clãs. A protagonista fugiu para São Paulo, onde abriu uma famosa rede de confeitaria e ficou rica. Criou a filha mau caráter, Josiane (Agatha Moreira), que não só manteve um relacionamento em segredo com o padrasto Régis (Reynaldo Gianecchini), como também deu um golpe financeiro na mãe.

Nesse centésimo capítulo, Josiane descobrirá que perdeu toda a fortuna em um truque. Maria da Paz, por sua vez, sofrerá um assalto e conhecerá Joana, sua verdadeira filha. No entanto, não veremos nenhuma mudança abrupta no desenvolvimento dos personagens, idealizados sob ótica maniqueísta pelo autor.

Maria da Paz é daquelas protagonistas sem qualquer traço de malevolência, chegando a ser apontada como “ingênua” pelo público. Josiane fica justamente em outro extremo, reforçando uma vilania sem muitos fundamentos ou justificativa. É a maldade pela maldade, diferentemente de vilãs carismáticas como Nazaré (Senhora do destino) ou Carminha (Avenida Brasil).

"A única fragilidade da Josiane é não conseguir o que ela quer", resume Agatha. "Mas a partir desse capítulo 100, ela vai começar a sofrer bastante. Terá a faca e o queijo na mão para se redimir, para entender que fez coisas erradas. Mas, sinceramente, ela não é capaz de sentir empatia ou culpa. Essa ausência diz bastante quem ela é”, afirma a atriz, que tem despertado ódio do público. “Onde eu vou, as pessoas falam que me odeiam, mas logo depois dizem que estou fazendo um ótimo trabalho."

CONECTADA
Vivi Guedes (Paolla Oliveira). Foto: Instagram/Reprodução
Apesar de um enredo já familiar e do maniqueísmo acentuado, A dona do pedaço conta com algumas características que a diferencia de outras novelas. A primeira é o “núcleo digital” de Vivi Guedes (Paolla Oliveira), uma grande influenciadora de moda que tem criado uma ponte entre a novela (produto de consumo de um público mais tradicional) com o universo das redes sociais. A conta da personagem no Instagram conta com mais de 1 milhão de seguidores. Além disso, já arrematou merchandising com marcas de cosméticos e concessionária.

"Tem sido uma descoberta, pois a TV como um todo está se transformando com a internet. Acredito que o público que as redes sociais conseguem trazer para dentro da dramaturgia é bem interessante”, diz Paolla. "Algumas pessoas falam que a conta da Vivi é um fake. Existe uma disposição de interagir com um fake, os comentários na página dizem muito como a novela está impactando o público." A influenciadora mantém um relacionamento com Chiclete (Sérgio Guizé), que é um matador inicialmente contratado para assassiná-la. “Depois do episódio 100, haverá outra separação. Esse amor vai ficar um pouco impedido. Mas eu torço muito para que eles acabem juntos. A galera comprou esse casal inusitado."

DIVERSIDADE
Leandro e Agno. Foto: TV Globo/Reprodução
O segundo ponto de ineditismo é a abordagem sensível que a novela tem dado a personagens LGBTs. A transexual Britney (Glamour Garcia), funcionária da confeitaria que era de Maria da Paz, não tem texto ou atuação estereotipados. Recentemente, vem sendo alvo de preconceito da vilã conservadora Fabiana (Nathalia Dill), que assumiu o controle da empresa e tem obrigado Britney a esconder traços femininos para continuar empregada.

Agno (Malvino Salvador) e o matador Leandro (Guilherme Leicam) ainda não consumaram o relacionamento, mas uma paixão platônica tem rondado os dois há tempos. “Está todo mundo me perguntando se vai ter beijo, mas o Walcyr que decide”, diz Leicam, aos risos. “É interessante, porque o Leandro não é um clichê. É um matador que se descobre homoafetivo e está num processo. Recebo muitas mensagens de pessoas dizendo que se identificam com o personagem. Durante a pesquisa para montá-lo, notei que não existe um perfil para ser gay, sabe? É bom que a novela abrace essas diferenças.”

* O repórter viajou a convite da Globo
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