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Som da Terra inicia turnê em comemoração aos 45 anos do grupo

Publicado em: 12/07/2019 16:02

Foto: Bruna Costa/Esp.DP FOTO
Há 44 anos, o gosto pela valorização da cultura pernambucana, influenciado por Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Quinteto Violado e Banda de Pau e Corda, uniu cinco jovens músicos do bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. Construindo melodias harmônicas de ritmos como o frevo e o forró, criaram o Som da Terra. Com a mesma energia performática, talento e alegria, o grupo inicia nesta sexta-feira as comemorações pelos 45 anos de existência, com apresentação para convidados no Teatro de Santa Isabel, no bairro de Santo Antônio. O show tem participação especial da atriz Fabiana Karla e da cantora Kelly Rosa. A turnê passará por várias cidades brasileiras e será finalizada com a gravação de um DVD, em 12 de julho de 2020.

Anos após a estreia meteórica, com direito à conquista do prêmio de Melhor Banda do Ano, em um concurso da Rede Bandeirantes, o grupo passou a contar com oito integrantes, que compõem a formação atual: José Carlos (vocal e baixo), Neném (bateria) - os únicos da formação original - Cayto (vocal e violão), Rominho, Wilson Pessoa (bateria), Jacaré (percussão), Valois (teclado) e Doca (guitarra). Em algumas apresentações, contam com o suporte de sanfona, saxofone, trompete e trombone.

Com o tempo, o grupo passou a se arriscar além do regionalismo, apostando em um trabalho mais próximo da MPB. "Buscamos novas referências, como Gilberto Gil e Guilherme Arantes, trazendo versatilidade ao Som da Terra, mas sem perder as raízes", conta Rominho. O grupo conta com 27 trabalhos gravados, sendo 3 LPs, 19 CDs e 5 DVDs, além de registrar apresentações na Espanha, Guiana Francesa, Alemanha e França. Entre os sucessos, estão Na terra de Lampião, presente na trilha sonora da série O bem amado, derivada da novela homônima da TV Globo.

Foto: Bruna Costa/Esp.DP FOTO

No carnaval estão as maiores conquistas do grupo, conhecido por emplacar diversos frevos e marchinhas, como Balança o saco. “Foi uma marca histórica, vendemos mais de 140 mil cópias em 60 dias”, conta Rominho. Depois do sucesso, eles foram convidados para o programa do Chacrinha, onde ganharam o disco de ouro. A banda foi pioneira ao comandar o primeiro trio elétrico na folia pernambucana, no fim dos anos 1970. "Nós temos uma relação muito forte com o carnaval, somos a banda mais antiga presente no Galo e nas Virgens do Bairro Novo, em Olinda", revela.

"Chegar até os 45 anos nesta harmonia é muito bom, nós somos uma família, é um carinho muito grande, uma relação aberta de muita cumplicidade”, afirma Rominho. Com o intuito de acompanhar as mudanças no cenário fonográfico, o vocalista diz que a banda busca sempre renovação e variedade de notas, arranjos e modulações. "Nós cultivamos a música boa, incentivamos artistas novos e colocamos muitos deles na estrada. Queremos deixar sementes", afirma, sem deixar de criticar a falta de valorização da cultura no estado.

"O artista pernambucano sofre muito, é difícil fazer cultura nesse estado, porque os empresários não investem e o governo não dá a devida atenção. Hoje em d ia, os grandes eventos daqui estão sendo invadidos por ritmos de fora e estamos perdendo espaço. Se a gente não valorizar o artista de Pernambuco, a gente vai desaparecer. Quem vai tomar conta da nossa cultura?”, indaga.

REI E MENESTREL
Em meio às celebrações, um projeto paralelo agita a agenda do grupo ainda neste ano, com o show Rei e Menestrel: Gonzaga e Noel. "Estamos promovendo o encontro imaginário entre Luiz Gonzaga e Noel Rosa, juntando dois ritmos muito representativos para o Brasil: o forró e o samba, a mistura da sanfona com os metais", conta Rominho. Outra novidade é o lançamento do clipe para a música Minha inspiração, previsto para este mês. O xote já ganhou um teaser disponível no Youtube.
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