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Nando Reis traz turnê Esse Amor Sem Preconceito a Pernambuco: 'Sou atento na defesa da liberdade individual'

Publicado em: 29/06/2019 14:15 | Atualizado em: 01/07/2020 13:29

 (Foto: Jorge Bispo/Divulgação)
Foto: Jorge Bispo/Divulgação

Em uma viagem para Jaú, interior de São Paulo, em 2016, Nando Reis empacotou cerca de dez velhos discos de Roberto Carlos e seguiu, junto com a esposa, Vânia, redescobrindo canções que marcaram momentos do casal desde o início do namoro. Na estrada, foi plantada mais uma semente para a construção do novo álbum de Nando, Não sou nenhum Roberto, mas às vezes chego perto, lançado em abril deste ano.

“A viagem me despertou algo que eu já tinha vivido. É meio misteriosa a forma como a ideia de fazer esse disco cresceu, mas vejo que a minha relação com o Roberto se confunde com a minha história. Desde os meus 15 anos, a música dele faz parte do plano de fundo da minha vida e continuou presente na minha vida profissional”, diz o cantor, em entrevista ao Viver.

A homenagem foi recebida com surpresa por Roberto, que autorizou a execução, mas fez ressalvas quanto à regravação de Detalhes e De tanto amor, mas voltou atrás com a segunda, que foi gravada e entrou no álbum. A turnê, intitulada Esse amor sem preconceito, verso retirado da canção Amada amante, primeiro single do disco, terá sua estreia em Pernambuco com shows em Garanhuns (Praça Dominguinhos) e Caruaru (Mansão do Forró), sábado e domingo, respectivamente.

As letras escritas por Roberto se juntaram às de outros compositores, interpretadas por ele, como Me conte sua história (Maurício Douboc e Carlos Colla), Nosso amor (Mauro Motta e Eduardo Ribeiro) e Vivendo por viver (Márcio Greyck e Cobel). Para a construção das 12 faixas do disco, Nando passeou por 23 anos da obra de Roberto Carlos, entre 1971 até 1994, concentrando-se na fase adulta do Rei. Sabendo que escolheu o período mais maduro do cantor, deixando de lado os clássicos da Jovem Guarda, Nando viu como um desafio realizar a escolha das músicas dentro de um repertório extenso. Para isso, contou com o auxílio de Marcus Preto, que também assina a direção de arte, e de Pupillo, ex-Nação Zumbi, que faz a produção.

O álbum traça paralelos poéticos e musicais entre sua obra autoral e os clássicos de Roberto. Foi preciso adaptar o estilo e achar os arranjos adequados, sem perder a essência, ao mesmo tempo em que promovia uma originalidade. “Muitas vezes, a beleza da música está nela própria, na sua essência tal como está, por isso decidi manter os arranjos originais da maioria das músicas”, explica.

Sobre o título da turnê, Nando explica: "É uma escolha, uma afirmação, que vai na contramão à discussão atual e preocupante que cerca o país liderado por um presidente preconceituoso. Há pouquíssimos dias, a homofobia foi criminalizada, em um país onde há uma grande população LGBT vítima de violência todos os dias”, reflete. “Sou atento e combatente na defesa de direitos básicos, na liberdade individual e na luta de pautas como a descriminalização do aborto. A política está presente na minha música, é uma necessidade vital. Estamos vivendo um tremendo de um retrocesso, principalmente com a educação e meio ambiente em ameaça. É desesperador, onde vai parar? Eu apelo a Deus até”, conclui.

No palco, o artista apresenta a nova obra e sucessos de sua carreira, como O segundo sol, Luz dos olhos, Relicário e All star, acompanhado por Pupillo (bateria), Walter Villaça (guitarra), Felipe Cambraia (baixo) e Alex Veley (teclados). O 13º álbum solo de Nando marca sua volta às estradas, após turnês solos e também parcerias com artistas como Gilberto Gil, Gal Costa e Orquestra Petrobras Sinfônica.
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