São João
Emoção e ousadia marcam a primeira noite do Concurso de Quadrilhas Juninas Infantojuvenis no Sítio Trindade
Por: Samuel Calado
Publicado em: 16/06/2019 09:00 | Atualizado em: 16/06/2019 15:03
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A primeira a se apresentar foi a Junina Menezes na Roça, do bairro da Macaxeira, na Zona Norte da capital pernambucana. Ela levou ao arraial um espetáculo que trouxe a mensagem da solidariedade e da aceitação através do tema A presença do invisível. A diretora Cristiane Menezes, que acompanha desde a formação no ano de 1998, conta que a frase de impacto dos brincantes da quadrilha é “Diga não ao preconceito”. “Cada um tem o direito de ser o que é o que quiser. Temos que aceitar as pessoas do jeito que elas são. Ser menezes é chorar, sorrir, ganhar e saber perder”. Ela conta que a comissão organizadora é composta por educadores e a missão educadora está em todas as ações do grupo. “Nós vivemos isso dentro da Menezes por acreditar que a partir do momento que eles participam, há uma melhora significante no desempenho dentro da escola e também na vida”, ressalta.
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O espetáculo teve a marcação calorosa do brincante Danilo Menezes, que também assina o desenvolvimento do tema. “Ser Menezes é amor e trazer um trabalho diferenciado nos arraiais. A gente luta para quebrar os preconceitos expressados na raiva e no ódio. Viemos para esbanjar o amor por acreditar que estamos aqui para amar uns aos outros. Ser Menezes é mágico, é luz e é fantástico”. Sobre a emoção de entrar no arraial, ele disse que “Dá um frio na barriga e a gente não consegue controlar. Tudo isso se transforma em lágrimas de alegria".
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A segunda da noite foi a Junina Brincant’s Show, do bairro do Ibura, na Zona Sul recifense, que aproveitou o ensejo para estrear o espetáculo de 2019. Ela trouxe a história de um poeta cordelista que ao ter sua rabeca Veridiana roubada, se lança pelo 'Reino do Vai Não Vem' para pelejar contra os mais variados personagens da literatura de cordel. O espetáculo No Reino do Vai não Vem foi baseado no livro de mesmo nome do autor Fábio Sombra.
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O quadrilheiro Anderson Gomes, que assina o casamento, o desenvolvimento do tema e a trilha sonora, relata que o espetáculo nasceu há cerca de um ano, logo após o São João. “Estamos falando sobre o cordel de uma maneira que eu acho que ninguém nunca falou. É muito incrível ver o que você criou ganhando vida na apresentação. É uma emoção muito grande ver tudo pronto”. O brincante João Silva disse que passa um turbilhão de emoções quando está dançando no palhoção. “É sensacional. A gente sente a energia do público e da quadrilha. Eu acho que todos deveriam dançar para sentir isso".
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A penúltima a entrar em cena foi a Junina Raízes do Rosário, do bairro do Pina, também na Zona Sul do Recife. Ela enalteceu a colheita com o espetáculo A festa do milho e retratou a história de paixão pelo São João da personagem Dona Juvenita e suas encantadoras filhas. A história é repleta de emoções e reforçou a mensagem do “É preciso aproveitar cada instante”. O marcador Luan Ribeiro falou sobre a sensação de se apresentar no concurso. “É diferente quando a gente faz parte de uma quadrilha que faz por amor tudo o que faz. Nós fazemos para todo mundo e não almejamos fama. Demoramos cerca de três meses para montar o espetáculo e o reconhecimento foi visto dentro do arraial”. Sobre a mensagem de motivação do grupo, Luan acrescentou: “Nós temos pouco tempo e não sabemos quando a cortina da vida irá se fechar, por isso, é importante valorizar cada instante”.
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A quadrilheira Cláudia Rocha, que trabalhou na produção do espetáculo relatou que a função mirim é trazer novas perspectivas para os jovens. “Os meninos são da comunidade do Pina. Eles estão entrando nesse mundo quadrilheiro há pouco tempo. É uma emoção muito grande montar um trabalho desse. A gente mobiliza não somente as crianças, mas também todas os moradores do bairro”, ressaltou.
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A última da noite foi a Junina Sapeca, do Morro da Conceição, na Zona Norte da cidade. A quadrilha, que nasceu em 2012, fez o público viajar até a cidade folclórica de Cordelândia, um lugar imaginário de lendas, folclores e poesia. A história, narrada pelo Padre Milagre, levou até ao arraial os personagens Candeeiro e Lamparina, que enfrentaram grandes emoções em busca da noiva sumida Espoleta. Até a mula-sem-cabeça aparece na apresentação cujo o tema é O último que chegar é a mulher do padre.
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O retorno do marcador Diego Bertto à Sapeca foi aplaudido de pé pelo público fiel do Sítio Trindade. O artista, que deu vida ao Padre Milagre, se emocionou ao falar da volta aos arraiais. “Passei três anos fora dessa quadrilha. Voltar me deixou com uma ansiedade muito forte como se fosse a primeira vez. O que eu digo é que as pessoas nunca devem desistir dos seus sonhos. Não deixe que as palavras das pessoas abalem os seus sentimentos e bata de frente com os que tentarem te diminuir”.
Confira os vídeos deste sábado por ordem de apresentação:
JUNINA MENEZES NA ROÇA
JUNINA BRINCANT'S SHOW
JUNINA RAÍZES DO ROSÁRIO
JUNINA SAPECA
A próxima data do concurso será divulgada em breve. Vão passar no arraial as mirins Evolução, Matutinho Dançante e a Fusão. Já na segunda-feira, começam as eliminatórias das adultas. O Diario está realizando a cobertura em tempo real no Instagram e no Facebook.
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