Viver
Música
Banda pernambucana Jorge Cabeleira quebra 18 anos de hiato com novo álbum
Com Jorge Cabeleira III, grupo voltou a construir um som psicodélico que mescla rock, baião, forró e até influências eletrônicas
Publicado: 12/06/2019 às 15:01

Foto: Matheus Asfora/Divulgação/

Na década de 1990, Jorge Cabeleira e o Dia em que Seremos Todos Inúteis foi o terceiro grupo proveniente do movimento manguebeat a assinar com uma grande gravadora. Quase conseguiu ingressar no selo Banguela, da Warner Music, mas acabou sendo aceito pela Sony Music, onde lançou um álbum homônimo em 1995. Dele saíram sucessos como O cheiro da Carolina (Zé Gonzaga e Amorim Roxo), lançada por Luiz Gonzaga em 1956 e sucesso na MTV Brasil, e Os segredos de Sumé (Lula Côrtes/Zé Ramalho), presente no álbum Paêbirú: Caminho da montanha do sol.
Após o segundo disco, Alugam-se asas para o carnaval (2001), os rapazes entraram em hiato. Chegaram a retornar aos palcos no festival Recbeat em 2013, além de turnês pelo Sudeste e inúmeros festivais no Nordeste, mas sem material novo. Nesse mês, encerram a pausa de 18 anos sem lançamentos com o álbum Jorge Cabeleira III, gravado na Casona Estúdios, no bairro de Candeias, em Jaboatão, de forma totalmente independente e lançado nas plataformas digitais. Dirceu Melo e Pedro Mesel (percussão e vocal), Rodrigo Coelho (baixo), Everton Belisca (bateria) e Ricardo Leão (guitarra) contaram com suporte financeiro de fãs em um crowdfunding.
O grupo voltou a construir um som pernambucano, ainda psicodélico, que mescla rock, baião, forró e até influências eletrônicas. O primeiro single foi Talismã, uma versão para o clássico de Geraldo Azevedo e Alceu Valença, com participação do cantor Tagore. O segundo é Caminho imaginário, lançado no programa Revista Difusora, da Rádio Frei Caneca. O repertório é composto por outras seis canções, totalizando pouco mais de 30 minutos.
Na canção Arábica, por exemplo, o ouvinte encontrará uma linha harmônica árabe com toques eletrônicos. Doce sombra bebe da fonte de bandas como Tame Impala e Radiohead, podendo agradar fãs da goiana Boogarins. A faixa Brilho, inspirada no rock de bandas como Led Zeppelin e Deep Purple, também conta com fortes influências da Jorge Cabeleira da década de 1990. Sete quedas volta a apostar em uma linha instrumental já explorada em músicas do segundo disco da banda.
O processo de produção começou em 2017 e seguiu até o final do ano passado. “Nossa única condição quando decidimos fazer o disco foi de que ele teria de ser um disco foda. Para isso, não trabalhamos com nenhum tipo de pressão ou prazo, além do tempo necessário para que atingíssemos um resultado que a gente pudesse nos orgulhar depois, assim como temos esse orgulho dos dois anteriores”, explica Dirceu Melo, vocalista e guitarrista da banda.
Ouça os singles:
Ouça os singles:
Últimas

Mais Lidas
