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'Eva's Stories': conheça a produção que conta história do Holocausto pelo Instagram

Publicado em: 02/05/2019 21:26 | Atualizado em: 02/05/2019 22:34

Cena de "Eva's Stories" no Instagram. Foto: Reprodução/Instagram (Foto: Reprodução/Instagram)
Cena de "Eva's Stories" no Instagram. Foto: Reprodução/Instagram (Foto: Reprodução/Instagram)
Com quase um milhão de seguidores, o perfil no Instagram "Eva Stories" tem como missão contar em pleno 2019 uma história de 1944, sobre uma adolescente de 13 anos vítima do Holocausto. Esse projeto foi lançado oficialmente por conta das comemorações pelo Dia da Memória dos Mártires e Heróis do Holocausto em Israel e foi idealizado pelo empresário Mati Kovachi e sua filha, Maya.

A produção baseada em um diário escrito por Eva Heyman conta com 70 "episódios" nos Stories do Instagram e aborda a história da adolescente, desde relatos do seu cotidiano normal até seus últimos instantes, no campo de extermínio em Auschwitz-Birkenau. Confira o trailer do projeto:

"A memória do Holocausto fora de Israel está desaparecendo", explicou o criador da produção na entrevista concedida ao "The New York Times". "Então nós pensamos: vamos fazer algo realmente disruptivo. Nós encontramos o diário e dissemos: 'Vamos imaginar que em vez de papel e caneta Eva tivesse um smartphone para documentar o que estava acontecendo com ela', então nós levamos um smartphone para 1944", complementou.

A conta do Instagram recebeu apoio de celebridades israelenses, como a atriz Gal Gadot - última interprete da Mulher Maravilha nos cinemas - e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e ultrapassou 1 milhão de seguidores.

Entretanto, nem todos estão satisfeitos com a iniciativa. Nas redes sociais, muitas pessoas consideraram a produção como desrespeitosa com os mais de seis milhões de judeus mortos durante o Holocausto na Europa. Questões técnicas como a falta de eletricidade nos campos de concentração são enfatizadas nas críticas, já que os prisoneiros não possuíam nem a menos condições básicas para viver (comida o suficiente ou banheiros e dormitórios dignos por exemplo). O uso de hashtags e emojis foi duramente reprovado por, de acordo com as críticas negativas, proporcionar uma atmosfera menos "obscura" para os capítulos da história.

"Antes de mais nada, estamos falando de uma exibição de mau gosto", falou o professor israelense Yuval Mendelson para o jornal Haaretz. "Em segundo, e muito pior, vão existir consequências. O caminho entre Eva's Stories até selfies nos portões de Auschwitz-Birkenau é curto, e no final essas pessoas vão se juntar ao coro sobre a juventude desconectada, sem valores e sem vergonha".

Eva Heyman morreu em Outubro de 1944, no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. Sua mãe, Agnes Zsolt, sobreviveu ao Holocausto e encontrou o diário da filha quando retornou à Nagyvarad, onde cometeu suicídio.
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