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Exposição
Derlon expõe obras contemporâneas que resgatam arte em xilogravura
Publicado: 30/05/2019 às 15:50

Foto: Divulgação/
Há mais de oito anos, as paisagens do interior nordestino perpassam, de forma saudosista, a memória de Derlon. Com o passar do tempo, o artista foi desenvolvendo as primeiras obras, acumulando técnica e conhecimento, até decidir realizar residência artística no Ceará. O estudo se transformou em um livro lançado no ano passado na Amparo 60. “No Ceará, eu tive a oportunidade de conviver de perto com os moradores da região, entrei na casa das pessoas, conheci suas rotinas e os símbolos que guardam”, conta, em entrevista ao Viver.
A estética com a mescla da cultura rural com o espaço urbano foi se apresentando no decorrer da trajetória. “Eu fui fazendo e não sabia o que era. Até que encontrei a definição: fotopintura”, explica. Apesar de hoje em dia não ocupar as paredes de galerias, a arte foi bastante utilizada no passado. Quando criança, as folhas do caderno de Derlon eram divididas entre anotações de aulas e desenhos realizados a mão livre. “A arte sempre esteve dentro de mim”, relata.
Na adolescência, desper- tou interesse pelas pinturas expostas nas pa redes das ruas. “Eu nem sabia que aquilo era o grafite, mas eu achei muito boa a ideia de expor em um local de grande circ u lação de pessoas. Todo mundo podia ver o meu trabalho ali”, conta. O percurso das intervenções urbanas até a criação de uma assinatura artística foi longo. Após estudos, testes e pesquisas, Derlon percebeu a necessidade de fazer uma série de adaptações.
“Precisei fazer uma transição que passou pelo grafite e pelas referências nordestinas presentes na xilogravura, diminuindo as cores e me aproximando de uma arte mais gráfica. Da trajetória, surgiu o jeito Derlon de pintar.” A obra que abre a mostra é uma pintura mural exposta no corredor de acesso à galeria, uma proposta que quebra o tradicionalismo do espaço.
Na primeira sala, serão exibidas artes de dimensões menores, que dialogam com fotopinturas. Na principal, a aposta de Derlon é em obras de maiores dimensões formando conjuntos específicos. Todas elas foram trabalhadas com tinta acrílica sobre MDF e compensado, além do spray, estêncil e pincel.
“Trabalhar numa parede é bem diferente de trabalhar numa tela. Venho maturando a minha obra, porém sem perder minhas referências, mas experimentando novas possibilidades”, diz. Com viagem marcada para Nantes, na França, para a próxima semana, Derlon planeja passar um mês imerso nos espaços urbanos da cidade e projetando alguns murais. “Ainda não pensei muito no que vou pintar, vai depender do que as paredes e a energia da cidade vai proporcionar, mas vai ter a minha assinatura artística."
SERVIÇO
Derlon, com a exposição A beleza do tempo
Onde: Galeria Amparo 60 (Edf. California - Rua Artur Muniz, 82, 1º andar, salas 13/14, Boa Viagem)
Abertura: hoje, às 19h
Visitação: até 28 de junho, de segunda a sexta, das 10h às 19h (sábados mediante agendamento)
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