Cinema

Atriz Doris Day, ícone do cinema estadunidense, morre aos 97 anos

Por: AE

Publicado em: 13/05/2019 18:31

Foto: Reprodução da Internet

A atriz norte-americana Doris Day, conhecida sobretudo por sua atuação em filmes de comédia, morreu nesta segunda-feira (13), vítima de pneumonia, aos 97 anos. O anúncio foi feito pela Doris Day Animal Foundation. Ela faleceu em sua casa em Carmel Valley, na Califórnia. A fundação diz, em comunicado, que ela estava rodeada de amigos íntimos e "estava em excelente estado de saúde física para sua idade, até recentemente contrair um caso grave de pneumonia".

A artista conhecida como cantora e atriz em melodramas, musicais e comédias inocentes que fizeram dela uma grande estrela nos anos 50 e 60. Seu trabalho a colocou entre as atrizes de cinema mais populares da história. No clássico O homem que sabia demais, por exemplo, dirigido por Alfred Hitchcock em 1956, uma canção executada por Doris é essencial para o enlace da trama de espionagem e logo se tornou um dos hits da atriz: Que será, será.

A voz cadenciada, a beleza loura e o sorriso brilhante lhe trouxeram uma série de sucessos, primeiro em discos, depois em Hollywood. A artista celebrou seu 97º aniversário no dia 3 de abril. Nos últimos anos, a atriz gastou muito do seu tempo defendendo o direito dos animais. Embora estivesse praticamente aposentada do show business desde os anos 1980, ela ainda tinha um grande número de fãs. (Com agências internacionais).

TRAJETÓRIA E LEGADO
Doris Day nasceu no mesmo dia e mês que Marlon Brando, 3 de abril. Ele ficou famoso como o grande transgressor da arte da representação nos EUA. Criou papeis memoráveis, ganhou duas vezes o Oscar - por Sindicato de ladrões, em 1954, e por O poderoso chefão, o primeiro, em 1972. Doris seria o oposto. Numa série de comédias que fez história - com Rock Hudson - era chamada de eterna virgem.

O mundo estava mudando, a liberação dos costumes era a realidade dos anos 1960, e Doris continuava como imagem do recato nas telas. Longe delas, casou-se umas quantas vezes e um dos maridos roubou sua fortuna. Apoiou o amigo Hudson quando ele saiu do armário e provocou um choque ao anunciar que estava morrendo - de complicações decorrentes da AIDS.

Nasceu Doris Mary Ann Kappelhoff em Cincinatti, Ohio, em 1922. Iniciou-se como cantora de big bands em 1939, aos 17 anos. Seu primeiro hit foi Sentimental journey, em 1945. No cinema, fez diversos papeis secundários antes de estourar como protagonista - a pistoleira Calamity Jane - em Ardida como Pimenta, de 1953. Seguiram-se grandes papeis dramáticos em Ama-me ou esquece-me, em 1956, e O homem que sabia demais, de Alfred Hitchcock, em 1956.

Ninguém esquece de Doris como a mãe angustiada que canta Que Sera Sera, à espera de que o filho sequestrado a ouça no clássico de suspense de Alfred Hitchcock. É ótima no musical Um Pijama para Dois, de Stanley Donen e George Abbott, de 1957, mas algo se passou quando Rock Hudson e ela estrelaram Confidências à Meia-Noite, de Michael Gordon, em 1959. Ele, que era gay enrustido, faz o garanhão que tenta arrastar Doris para a cama. Ela resiste, ou finge que. Revisto hoje, o filme impressiona pela quantidade de pistas sobre a sexualidade dúbia do astro. Com Hudson, e também Cary Grant, James Garner, ela seguiu fazendo comédias como virgem renitente - Volta meu amor, Carícias de luxo, Tempero do amor, etc.

Com um diretor considerado de segunda, David Miller, fez outro suspense de primeira, A teia de renda negra, como a mulher que suspeita que o marido (Rex Harrison) quer matá-la. A trilha ficou clássica, com a canção Midnight lace. Chegou a receber um Oscar e um Globo de Ouro especiais.
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