Novo disco de banda pernambucana marca a união de ritmos variados com o hardcore

Publicado em: 22/04/2019 12:01 | Atualizado em: 22/04/2019 12:24

A lenda do homem que engoliu o sol é o novo álbum do grupo. Foto: Eduardo Cunha/Divulgação

No fim da década de 1990, cinco adolescentes de uma escola técnica do Recife, amantes do rock e influenciados pelo cenário promissor da música independente no estado, traduziram a paixão formando a banda Los Miguelitos. No período, festivais alternativos como Juventude Legal, Rock na Praça e Acorda Povo agitavam a cena. Em 2003, a banda se desfez, voltando aos palcos somente em 2015 com novos integrantes, influências de outros ritmos e novo nome: Carranza, alcunha escolhida em alusão ao general mexicano que instituiu a primeira constituição livre do país, Venustiano Carranza.

“Como a gente estava começando a fazer um som mais pesado, precisava de um nome que passasse mais respeito. Hoje em dia, esse nome já não faz mais sentido pra gente”, explica Cláudio Bastos, que divide o vocal do grupo com Harrysson Moura. Completam a formação Julianno Ramalho (guitarra), Chico Tchê, ex-Sheik Tosado (baixo) e Bruno Montenegro (bateria).

Do reencontro, surgiu o disco Santa morte, vencedor do Prêmio de Música Pernambucana 2017, na categoria melhor disco de rock. Agora, o grupo celebra os 20 anos com lançamento do segundo álbum de estúdio, A lenda do homem que engoliu o sol, nas plataformas de streaming e no canal no Youtube. O trabalho versa sobre opressões humanas, expondo os efeitos colaterais da incansável busca do homem pelo lugar ao sol.

“O disco teve uma gestação longa, porque a gente quis lançar apenas músicas novas, apostando em novas sonoridades e no resultado de misturas inusitadas de ritmos regionais com o rock pesado.” O grupo aposta em experimentações com hardcore, frevo, hip hop “old school”, rock, frevo e reggae. “Não são misturas premeditadas, as inovações surgem naturalmente com a maturidade musical que fomos adquirindo a partir da escuta de outros ritmos e movimentos.”

Para mesclar as influências, Carranza decidiu investir em parcerias com Ylana Queiroga, Gilú Amaral, DJ KSB, Marcelo Pompi (ex-Carfax), Maurizio Gonzalle (Ataque Suicida) e Rhossi, vocalista do Pavilhão 9. “A nossa proposta é sempre fazer a nossa música com amor e verdade, sem ficar muito preso à questão mercadológica.” Produzido por Eduardo Braga, o álbum tem sete faixas. Escrita em homenagem à Dona Ivone Lara, a canção Salve apresenta sonoridades de samba acompanhada das raízes hardcore da banda, com nuances de algumas músicas da cantora.

 

Confira o novo álbum:

 

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