Tradição

Afoxé Oyá Tokolê Owó realiza oficinas de dança 'Ajô Nagô' na Várzea

As atividades irão acontecer mensalmente aos sábados, a partir do dia 11 de maio. O 'Balé e Escola Nagô Ajó' tem a intenção de difundir o respeito à ancestralidade africana

Publicado em: 23/04/2019 21:12 | Atualizado em: 23/04/2019 22:41

Foto: Afoxé Oyá Tokolê Owó/Divulgação

A partir do dia 11 de maio, o pátio da Igreja Matriz da Várzea, na Zona Oeste do Recife, será palco dos encontros mensais com os bailarinos Nagô do Afoxé Oyá Tokolê Owó, integrantes do Balé e escola Nagô Ajô. As atividades serão gratuitas e irão acontecer sempre aos sábados, a partir das 16h30. Elas serão conduzidas pela coordenadora de dança, coreógrafa e bailarina Nagô Helaynne Sampaio, filha de Maria Helena Sampaio, dona de uma das mais belas vozes negras do Brasil. 

Foto: Afoxé Oyá Tokolê Owó/Divulgação

As aulas têm a intenção de possibilitar ao público geral a vivência dos elementos básicos que fundamentam a dança Ajô Nagô - Ijó dos Orixás e Ancestrais. O afoxé tem 15 anos de resistência e traz Oyá como divindade patrona. Durante os encontros, os participantes aprendem que nenhum movimento é executado por acaso. Cada passo tem um significado representativo e merece ser estudado com minúcia, como conta Helaynne. “O nosso encontro é importante para a cultura negra e para nossa ancestralidade. A premissa central está em exaltar a importância e a beleza dos orixás, dando visibilidade às divindades africanas como elementos representativos das forças divinas, propulsoras da história africana no Brasil. É uma forma de preservar o legado ensinado pelos ancestrais nagô”, elucida a bailarina Nagô que nasceu no berço da religiosidade de matriz africana e exerce o cargo de Yabá de um dos terreiros mais tradicionais de Pernambuco, o Ilê Obá Aganju Okoloyá, que está localizado no bairro de Dois Unidos, na Zona Norte do Recife e também é sede do grupo. 

Foto: Oyá Tokolê Owó/Divulgação

O Afoxé Oyá Tokolê Owó é consagrado como um dos mais atuantes do estado, com 15 anos de existência. Ele surgiu com o nome Oyá Alaxé tem um álbum com várias músicas aplaudidas pelo público amante da cultura negra no Brasil, entre elas Oyá ô mulher forte, Meu terreiro é de Xangô e Sem folhas não tem Orixá. A comunidade leva a força e a resistência dos terreiros de candomblé Nagô para as ruas e palcos do mundo. Neste carnaval, eles trouxeram o tema Titi Ayê Oyá Ô, que significa "Para sempre seja Oyá", em homenagem ao orixá patrono do grupo. 

O Balé Nagô Ajô também tem grande destaque. Durante a trajetória de quase duas décadas, ele apresentou nos principais palcos do estado quatro espetáculos de dança, foram eles: Ení: Pé de Dança Nagô, Éjì: as qualidades de Oxum, Etá: Oyá Tundê e Erin: Eu vou sair de casa, vou dançar afoxé. Elas estão registradas no Registro de obras da Biblioteca Nacional e a marca do grupo é patenteada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O nome do grupo une o ato de dançar (Ajô) com o candomblé Nagô. Essa expressão foi criada pela cantora e Yalorixá Maria Helena Sampaio, vocalista do grupo. 

Assista ao vídeo 


Serviço 
Encontro Aberto Bailarina/o Nagô: Corpo que Dança Afoxé Oyá Tokolê Owó
Quando: 11 de maio de 2019
Onde: Pátio da Igreja Matriz da Várzea, Nº 430, Várzea, Recife - PE. 
Horário: 16h30
Informações: (81) 9 9610-5467

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