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Músico Betto Serrador mescla erudito e popular em novo trabalho

Disco autoral é fruto da parceria do carioca com a Orquestra Manouche

Publicado em: 05/11/2018 09:13 | Atualizado em: 05/11/2018 09:30

As composições do CD falam sobre a liberdade em todos os aspectos da vida. Foto: Divulgação


O compositor e cantor carioca Betto Serrador lançou em outubro, nas plataformas digitais, um disco autoral, que mescla arranjos eruditos com populares e leva o nome da Orquestra Manouche. Além de ser o título do terceiro álbum de Betto, a Orquestra Manouche é uma banda idealizada pelo próprio músico (voz, piano, violão, arranjos e composições), em parceria com Christian Bizzotto (acordeão, arranjos e composições), e conta ainda com Alessandro Jeremias (trompa), Tiago Viana (trompete), Adriano Garcia (trombone), Jonas Hocherman (tuba e trombone baixo), Márcio Loureiro (baixo elétrico), Cauê Nardi (guitarra e violão), Rick de la Torre (bateria), Ayran Nicodemo e Renata Athayde (violino). 

O encontro do compositor com esses músicos surgiu da formação de banda da turnê do Quintal sentimental, álbum de estreia de Betto, e da vontade coletiva de desenvolverem um trabalho autoral misturando o popular com o erudito. "Nosso encontro foi tão especial tocando junto que minha ideia foi de inaugurar essa Orquestra em um novo disco 100% autoral", conta. Diferente de seu trabalho anterior, Betto garante que, nesse lançamento, se permitiu mais tanto como cantor, compositor e, também, como arranjador. "Esse disco traz para mim uma maturidade que venho buscando há anos, tanto como performer, quanto para o que eu desejo comunicar". 

As composições do CD falam sobre a liberdade em todos os aspectos da vida, como a sexual, a existencial e a política. "Eu desejei escrever sobre o poder da arte em tempos sombrios e sobre a importância de sonhar em tempos de totalitarismo no mundo", explica. "A utopia como um parâmetro que vem nortear a alma. Imaginar é a verdadeira resistência", completa o compositor, sobre suas letras que abordam ainda questões, como o amor, o tempo e as reflexões da vida. 

Betto Serrador. Foto: Cyntia C. Santos

O álbum só chegou a ser produzido devido a um financiamento coletivo, viabilizado através dos fãs do disco Quintal sentimental. Os admiradores fizeram uma espécie de "pré-compra às cegas", apostando em um trabalho que ainda não existia. "Isso foi lindo. É uma honra poder fazer música tendo a confiança do meu público. Isso me motiva a não desistir nunca", diz. Para o cantor, misturar o popular com o erudito é um desafio satisfatório para todos os músicos. "As linguagens são muito diferentes e o diálogo com cada músico também. Tanto para os mais eruditos tocarem com os populares, como o contrário. Todo mundo sai ganhando, e a sonoridade, mais ainda", afirma. 

Durante entrevista ao Viver, o artista ainda se manifestou sobre o espaço destinado à música de orquestra e autoral no Brasil. "Fazer as duas coisas juntas é quase uma questão de ter fé cega. É preciso ter claro dentro de si os propósitos do seu ofício para encarar um mercado tão fechado, mas nos consideramos independentes por optar em fazer o que acreditamos como o melhor para a nossa música", defende. A turnê nacional de Betto Serrador, a Orquestra Manouche já está em processo de pré-produção e, segundo o carioca, há planos de levar o concerto para outros países. "Pretendemos viajar o mundo com a nossa música", finaliza.

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