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Orquestra Sinfônica do Recife faz concerto gratuito com repertório dos alemães Wagner e Beethoven

A orquestra mais antiga em atividade ininterrupta do Brasil se apresenta nesta quarta-feira no Teatro de Santa Isabel

Publicado em: 24/10/2018 10:22 | Atualizado em: 24/10/2018 09:42

Neste mês, o grupo recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da capital pernambucana. Foto: Andréa Rêgo Barros/Arquivo PCR

Os alemães Richard Wagner (1813-1883) e Ludwig van Beethoven (1770-1827), dois dos mais importantes compositores eruditos da história, serão homenageados pela Orquestra Sinfônica do Recife, a mais antiga em atividade ininterrupta do Brasil, nesta quarta-feira (24), às 20h, em concerto gratuito no Teatro de Santa Isabel, no bairro de Santo Antônio. Para assistir ao concerto da orquestra, basta retirar o ingresso na bilheteria do teatro, a partir das 19h.

O repertório preparado pelo maestro Marlos Nobre começa com a abertura da ópera Tannheuser, de Wagner - que foi maestro, compositor, diretor de teatro e ensaísta. “Sempre fazemos questão de celebrar o grande repertório sinfônico universal, referência para todas as mais importantes orquestras, centralizado em Mozart, Beethoven, Wagner, Schumann, Brahms, Mendelssohn. Sem as sinfonias desses gênios universais, nenhuma orquestra, em lugar nenhum do mundo, poderá criar uma sonoridade sinfônica de qualidade”, comenta o maestro Marlos Nobre, regente da Orquestra Sinfônica do Recife desde 2013. 

Em outras edições do concerto, a OSR homenageou também produção nacional e local de música erudita, tocando peças de Ariano Suassuna, Hermilo Borba Filho, Villa-Lobos, Alberto Nepomuceno, Lorenzo Fernandez e outros. “Algumas vezes repetimos os artistas, como é o caso de Beethoven e Brahms, sobretudo, que são sempre lembrados em nossos programas”, explica o músico, que coleciona títulos e muitos anos de prestígio internacional.

Para Marlos, o espaço destinado para a música clássica no Brasil deveria ser multiplicado. “O tratamento quase litúrgico que as pessoas, em geral, conferem à música clássica estabelece um distanciamento. Por isso, gosto tanto de fazer o projeto Concertos para a juventude. Minha maior alegria é saber que, de certa maneira, toco os corações dos jovens e das crianças. Esse é o verdadeiro poder da música e o que me faz acreditar que vale a pena dirigir esta Orquestra Sinfônica do Recife, levando às crianças e aos jovens a mensagem positiva da música”, comentou.

A apresentação para jovens e estudantes foi realizada ontem e contou com uma mistura de música e conversa sobre composições, compositores e instrumentos clássicos. Além das peças do concerto, cada um dos músicos toca em grupo ou como solista uma peça de cada naipe. “Mais que música erudita, mostramos o poder da música, a beleza da música, o contato direto com esta arte maravilhosa. É uma semente de otimismo, de fé na beleza da música que eu penso incutir, inculcar, para sempre, nas mentes e nos corações destes meninos e meninas”. 

Patrimônio
A Orquestra Sinfônica do Recife foi fundada em 1930. Neste mês, o grupo recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da capital pernambucana a partir da aprovação da Lei 18.519/2018, proposta pela vereadora Ana Lúcia (PRB). 
“É mais do que uma homenagem, é o reconhecimento público. A OSR está agora inserida num seleto grupo de atividades e manifestações culturais que alcançam tal reconhecimento. Sua história foi gloriosa no passado, levando a música de concerto para a grande massa de apreciadores no Recife. E sua trajetória recente vem sendo aplaudida e reconhecida, em larga escala, pelos apreciadores da música clássica e também por frequentadores de distintas classes sociais, com ênfase naqueles que nunca tinham ouvido ao vivo uma orquestra”, conclui o maestro. 
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