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Homenagem

'Oscar da cultura negra' acontece no Teatro Barreto Júnior nesta quinta

O 9º Troféu Abebé de Prata Mãe Dadá terá como tema 'Intolerância não, respeite a minha fé'. A ação começa às 18h30. A entrada é gratuita

Publicado em: 26/09/2018 20:34 | Atualizado em: 27/09/2018 03:00

Foto: Divulgação

Dar visibilidade aos trabalhos de divulgação e promoção da cultura negra no nordeste. É com este objetivo que os filhos do Abassá Omim Axé de Dandalunda promovem na noite desta quinta-fera (27). O 9º Troféu Abebé de Prata Mãe Dadá, cujo tema é Intolerância não, respeite a minha fé' será realizado no Teatro Barreto Júnior, no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, a partir das 18h30. A entrada é gratuita. 

O sacerdote Pai Moacir de Angola, idealizador da premiação, conta que o evento tem a intenção de dar visibilidade aqueles que defendem a identidade afro através de ações durante o ano. “É preciso reconhecer o esforço dessas pessoas em combater o preconceito. Chega de discriminação contra o povo negro e sua ancestralidade. Nossa cultura é rica em conhecimento, identidade e ciência”, disse. Além das premiações, a cerimônia contará com a apresentação do espetáculo inédito “As cores e os mistérios sagrados de Iemanjá”, que retrata a história das várias fases da divindade ligada aos mares e oceanos. O cantor Pinha Brasil e o afoxé Filhos de Dandalunda também irão abrilhantar o evento.

Durante quase uma década, o troféu já homenageou vários grupos da cultura popular, líderes religiosos, cantores e instituições sociais. Em 2017, o cantor e compositor Carlinhos Brown, conhecido no mundo inteiro pela musicalidade e enfrentamento ao racismo foi um dos artistas agraciados com o “Oscar da cultura negra”, como é carinhosamente chamado. Além do artista baiano, já foram homenageados os cantores Karinna Spinelli (2012), Gerlane Lops (2012), Naná Vasconcelos (2012),  Arlindo Cruz (2014) e Leci Brandão (2015).   Veja o vídeo em que Carlinhos Brown agradece a homenagem:  

Segundo os organizadores, a escolha de cada personalidade se deu por meio de um longo processo de pesquisa e votação popular. O prêmio é dividido em sete categorias, são elas: religiosidade/ancestralidade, manifestação popular, musicalidade, cidadania, jornalismo, movimentos sociais e política. O sacerdote Pai Gleidston Gilá, co-idealizador do evento, explica que a escolha das pessoas ocorre após um minucioso processo de pesquisa. “Tudo é feito com muita seriedade e respeito. Não representamos apenas uma cerimônia, mas a história de várias gerações”, ressalta. 

Foto: Divulgação

Pela primeira vez na história do troféu, duas quadrilhas juninas serão homenageadas, são elas, Origem Nordestina, do Morro da Conceição, e Evolução, de Santo Amaro. Ambas trouxeram, neste ano, temáticas que abordavam a história e a religiosidade de matriz africana no Brasil.  “Elas levantaram a bandeira contra o racismo e a intolerância religiosa. Estão de parabéns! É preciso reconhecer o esforço de cada uma em defender as nossas tradições”, expõe o produtor Carlos Café Júnior, Pejigã Tatá Atilezim.

O Troféu foi criado em homenagem à Mãe Dadá, falecida no ano de 2008.  Foto: Abassá Filhos de DandalundaArquivo


História
Maria do Socorro da Silva, a Mãe Dadá, nasceu no ano de 1928 em Mandacaru, município do Agreste de Pernambuco. Vinda de família católica, descobriu seus dons espirituais e desde cedo enfrentou o preconceito. No final da década de 1980, iniciou-se no Candomblé com o orixá Iemanjá. A mãe de santo dedicou boa parte de sua vida aos trabalhos sociais e à espiritualidade. Ela faleceu em 2008, vítima de um ataque cardíaco. Em sua homenagem, os filhos do Abassá de Dandalunda decidiram criar a premiação. 

“Mãe Dadá respeitava todas as religiões e não admitia intolerância. Teve uma vida dedicada à caridade. Com ela aprendemos que a nossa fé é particular e merece ser respeitada”, conta Pai Gleidston. A primeira edição do troféu ocorreu em 2010. 

Confira a lista dos homenageados:
Categoria religiosidade e ancestralidade: Pai Francisco de Ayrá, Pai Fernando de Odé, Mãe Lu de Oxalá, Pai Ademir de Logun Edé. 
Manifestação popular: Quadrilhas Juninas Origem Nordestina e Evolução. 
Musicalidade: Grupo Bongar e Nádia Maia
Cidadania: Joana D’arc Santana e João Monteiro  
Jornalismo: Samuel Calado (Diario de Pernambuco), Zuca Show (Rádio Clube), Lima Neto (Rádio Clube)
Movimentos sociais: Movimento dos Povos Tradicionais e Fábio Tigre (Empresário artístico) 
Política: Milton Coelho e Eduíno Brito

Serviço: 
Troféu Abebé de Prata 
Local: Teatro Barreto Júnior 
Horário: 18h30 
Entrada: Gratuita 
Informações: 81 9 9813-2136

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