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Michelle Melo, a diva pernambucana da geração da princesa do pop

Cantora do brega pernambucano foi influenciada pela diva pop ainda no início dos anos 2000

Publicado em: 30/09/2018 15:06 | Atualizado em: 30/09/2018 21:27

Assim como Spears, Michelle era uma adolescente que precisava gemer no palco enquanto cantava letras de duplo sentido. Foto: Jive e Internet/Reprodução

Cabelos loiros, figurinos provocantes, músicas sensuais e cantadas com sussurros e gemidos. Essas características consagradas por Britney Spears também servem para definir algumas cantoras brasileiras: Kelly Key ou Mylla Karvalho (Companhia do Calypso). Em Pernambuco, uma representante dessa geração é Michelle Melo, 36 anos. Quando a bregueira surgiu na Banda Metade em 2001, Britney estava em seu auge artístico. Assim como Spears, Michelle era uma adolescente que precisava gemer no palco enquanto cantava letras de duplo sentido.

Essa matéria faz parte de um Especial sobre os 20 anos de carreira de Britney Spears. Para conferir a matéria principal, clique aqui.


“Nos anos 2000, nossa intenção era trazer emoção e sensualidade à flor da pele. Por isso decidimos fazer a música sussurrada”, diz a pernambucana, em entrevista ao Viver. “Em shows, nos inspiramos em várias divas norte-americanas. É um leque enorme que existe. Mas no caso da Britney me inspirei na forma de cantar, em danças, roupas mais sensuais, mas também principalmente pela capacidade que ela teve de se reinventar depois de tantos momentos difíceis”, conta a cantora, que vai lançar uma música de seu novo projeto no dia 5 de outubro.



O jornalista pernambucano Pedro Alves, que atualmente faz uma pesquisa de mestrado na UFPE sobre a influência de divas pop em cantoras bregas, ajuda a compreender ainda mais essas semelhanças. “Britney se consagra como uma exímia dançarina, enquanto, no Recife, Michelle participa de programas de auditório e solidifica a centralidade da mulher nas bandas de brega também especialmente por conta da dança. A temporalidade do surgimento midiático de Britney certamente cristalizou esse padrão estético na Michelle. Ela ganhou o título de ‘Madonna do brega’ por inúmeros motivos, mas seria reducionista pensar num só elemento para a construção dessa narrativa”, considera.

Pedro também explica que essa influência da cultura pop norte-americana do brega também circunda diversos outros artistas. “É impossível, hoje, pensar numa cultura autêntica, local, ou não globalizada, porque mesmo que a gente não veja, as coisas circulam e se apropriam. É assim com o brega, com um processo dinâmico e fluido. Na pesquisa de mestrado, também faço referências a Priscila Senna como uma espécie de diva festiva, mas às vezes romântica, como Rihanna; e Palas Pinho com estéticas mais próximas da axé music baiana. Elas emulam roteiros de performances similares”, explica.
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