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Roberta Sá revisita seus 15 anos de carreira em temporada de shows na Caixa Cultural

Cantora é a primeira atração do projeto Palco Brasil, que também vai receber Fernanda Takai e Chico César

Publicado em: 23/08/2018 10:00 | Atualizado em: 23/08/2018 12:15

Ela vai apresentar um repertório com músicas de compositores renomados. Foto: Daryan Dornelles/Divulgação

Seja no samba, na bossa nova ou na MPB, a cantora potiguar - radicada no Rio de Janeiro - Roberta Sá faz questão de imprimir um estilo próprio em seus trabalhos. Com mais de 15 anos de carreira, ela participou na última semana de um projeto exclusivamente voltado para mulheres e comemora a maior valorização feminina na música. “O Brasil já teve muitas divas, as cantoras sempre ocuparam papel de destaque. Mas acho que, agora, as mulheres estão conquistando mais o poder de dizerem o que querem, de serem respeitadas como compositoras”, diz a artista, em entrevista ao Viver.

A autenticidade musical poderá ser vista no show que ela apresenta hoje (20h), amanhã (20h) e sábado (às 17h e às 20h), na estreia do projeto Palco Brasil, promovido pela Caixa Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife). A iniciativa terá ainda shows de Fernanda Takai, de 30 de agosto a 1 de setembro, e finaliza com Chico César, de 6 a 8 de setembro, todos apresentando quatro sessões. Os ingressos custam R$ 30 e R$ 15 (meia) e estão disponíveis na bilheteria do local.

Roberta Sá vai apresentar um repertório com músicas de compositores renomados, como Paulinho da Viola, Moreno Veloso, Quito Ribeiro, César Mendes e do pernambucano Lula Queiroga. “A proposta era que eu preparasse um show que revisitasse a minha carreira, reunindo canções fundamentais na minha trajetória. Então, eu escolhi alguns compositores de suma importância para mim para contar o porquê de ter gravado essas canções, entre outras histórias em torno desse repertório”, afirma. Enquanto Roberta canta e conta histórias de suas canções, uma narrativa em vídeo será projetada, dialogando com o espetáculo.

Apesar de, desde o início, transitar veementemente pela música popular brasileira, a cantora afirma que não gosta de rótulos. “Eu tenho um amor pela palavra, pela poesia feita em português, e a canção é a junção da música com a poesia. Mas isso não significa que eu não possa cantar de tudo”, explica Roberta, que já chegou a participar do extinto reality show musical Fama, da Globo.

Em 2003, a canção A vizinha do lado - regravada pela potiguar - fez sucesso na trilha sonora da novela Celebridade. Desde então, Roberta não parou mais e emplacou músicas em outras produções da televisão e do cinema. “É bonito quando as artes se encontram, se somam e se multiplicam. É importante também para o público quando a trilha sonora está em sintonia com a história que se está contando. É muito gratificante para um artista ter esse alcance”, afirma a intérprete de Afogamento, single em parceria com Gilberto Gil, já lançado nas plataformas digitais e incluído na trilha de Segundo sol. Paralelo aos shows, Roberta está gravando um álbum com músicas inéditas de Gil, que tem lançamento previsto para o fim do ano.

Serviço
Roberta Sá no projeto Palco Brasil
Onde: Caixa Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife)
Quando: hoje (20h), amanhã (20h) e sábado (às 17h e às 20h)
Quanto: R$ 30 e R$ 15 (meia)
Informações: (81) 3425-1915

Entrevista // Roberta Sá - cantora

Como está sendo gravar um disco com obras de Gilberto Gil?
Gil é esse gênio de quem eu sempre fui muito fã, além de ser um artista apaixonado por quem pensa e faz música. Comecei a trabalhar com ele no finalzinho de 2016, quando ele me entregou a primeira canção que compôs para mim, chamada Giro. Depois, veio Afogamento, que ele fez com Jorge Bastos Moreno, também para mim. A partir dessas duas canções, a ideia de gravar Gil foi tomando forma. Foi o Bem Gil (produtor) quem sugeriu fazer um disco só de inéditas. Bem também é o produtor do álbum, que ainda não tem título e só deve sair na virada do ano. 

Como aconteceu a sua inserção no samba?
Muito natural. Eu sempre ouvi samba em casa, através dos meus pais, principalmente da minha mãe e do meu avô, que amavam o Paulinho da Viola. Sempre escutei muito samba e muita bossa nova. Acho que foi através do João Gilberto que eu passei a querer saber de onde vinham os sambas que ele gravava. Meu primeiro disco abre com Eu sambo mesmo, de Janet de Almeida, composta nos anos 1940, que eu conheci através do João. Depois, na adolescência, escutei muito Cartola, Nelson Cavaquinho, Beth Carvalho, tudo isso em casa, mesmo.

No Carnaval do Recife deste ano, você foi "batizada" na tradicional Queirogada. Como foi essa participação?
Foi lindo. Eu conheço a família Queiroga há muitos anos, já tinha participado do Quanta Ladeira e gravei muitas músicas do Lula Queiroga, então, foi um reencontro com amigos queridos. Eu adoro estar com eles, ainda mais nessa celebração dionisíaca que é o carnaval.

O que você conhece da cena musical pernambucana?
Pernambuco é um polo de talentos e eu me identifico muito com essa cena musical. Ultimamente, tenho escutado muito o disco Vento, da Ylana (Queiroga). Sei todas as músicas de cor e gosto do trabalho dela como compositora. Também tenho escutado muito Academia da Berlinda, que eu conheci através dos meus primos de Natal-RN, e fiquei apaixonada.

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