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Oficina de Brennand preserva a história de um dos maiores símbolos das artes plásticas

Acervo cultural também tem sido cenário para shows e grandes eventos

Publicado em: 17/08/2018 11:07 | Atualizado em: 17/08/2018 14:21

Oficina de Francisco Brennand. Foto: Fred Jordao/Divulgação


A Oficina Francisco Brennand é um patrimônio cultural aberto para receber e surpreender pernambucanos e turistas. Fundado em 1917 por Ricardo Lacerda de Almeida Brennand (pai de Francisco), o espaço tinha o intuito de fabricar telhas e tijolos refratários e ganhou o nome de Olaria São João. Somente em 1971, Francisco Brennand transformou o local em fonte inspiradora e depositária de sua história. Quem visita o local, situado no bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, depara-se com um conjunto arquitetônico monumental, em constante processo de mutação, onde a obra de Brennand se associa à arquitetura para dar forma a um universo subterrâneo, obscuro, sexual e religioso.

"O espaço é único, diferente de tudo, abriga toda a obra de Francisco Brennand e tem uma história importante atrelada. O bairro da Várzea é histórico, heroico e retrata bem a época da Batalha dos Guararapes”, diz Marinez Teixeira, bibliotecária da Oficina. Representado por temas mitológicos e históricos, o Pátio (ou Templo) das Esculturas é apenas uma das áreas da Oficina. O espaço é composto por diversas obras e figuras do imaginário artístico de Brennand. Segundo ele, “a área representa a origem e reprodução da vida".

Além da exposição permanente com telas, desenhos, esculturas e placas, a mais recente mostra de Brennand que ocupa o espaço é As névoas de Caspar, com pinturas de paisagens nebulosas. Para criá-la, o artista se inspirou nas obras do pintor alemão Caspar David Friedrich. O patrimônio já contou com um projeto educativo, promovendo cursos com professores e alunos da rede pública de ensino e mediadores com formação continuada nas obras de Francisco Brennand. Segundo a bibliotecária Marinez Teixeira, o curso não teve outras edições por falta de incentivo. Atualmente, Francisco Brennand está com 91 anos e vai diariamente à Oficina. Lá, tem se dedicado à literatura.

Foto: Helder Ferrer/Divulgação


Recentemente, uma exposição em homenagem aos seus 90 anos percorreu o Brasil e a ideia é que seja apresentada na Caixa Cultural Recife no próximo ano. “Precisamos valorizar mais a figura de um artista que teve a sensibilidade de retomar esse espaço, que hoje conta com 17 hectares de obras. Tudo que ele quis fazer em vida, ele fez e continua fazendo. A Oficina é um legado cultural que ele sonhou e realizou para as pessoas conhecerem e, infelizmente, ainda tem gente que não conhece”, afirma Marinez. A Oficina Francisco Brennand funciona de segunda a quinta, das 8h às 17h; nas sextas, das 8h às 16h; e sábados e domingos, das 10h às 16h. A entrada custa R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

VENDA DE PRODUTOS
A Oficina Brennand sempre foi um misto de fábrica com museu, mas, há quatro anos, parou a produção de piso de revestimento em grande escala, permanecendo apenas com o estoque de algumas linhas e a produção mínima de cerâmica. Além disso, o espaço mantém a produção de objetos utilitários, como fruteiras, garrafas e pratos. Os interessados podem adquirir os produtos na própria loja da Oficina ou no Espaço Brennand, no Shopping da Decoração, no bairro do Pina, e até mesmo com revendedores espalhados em galerias de arte. É possível encontrar em estoque quadros, painéis e objetos de decoração.

CENÁRIO PARA SHOWS E EVENTOS
A beleza e a amplitude da Oficina Francisco Brennand está, cada vez mais, se tornando cenário para casamentos, grandes festas e eventos corporativos. O espaço foi, por exemplo, a escolha do grupo O Rappa para a gravação de um DVD. A partir das 22h30 de hoje, a Oficina vai ser o reduto da música eletrônica, com a programação do Club Nox. O evento vai agregar DJs nacionais e internacionais de house e low bpm, como D-Nox (Alemanha) e os brasileiros Gabe (SP), Morttagua (RJ) e Rrotik (MG). Além deles, se apresentam os pernambucanos Feemarx, Bruno V, V2, Leo Loyo e Leo B.

Com 20 anos de picapes, o DJ e produtor alemão Christian Wedekind, mais conhecido como D-Nox, é uma das principais atrações da noite, com um set que varia entre o progressive house, electro, minimal e techno. “A Nox foi uma das primeiras festas em que toquei aqui no Brasil há alguns anos. Será um grande reencontro”, diz D-Nox. Outro destaque do evento é o carioca Morttagua, que vai apresentar um trabalho autoral que passeia pelo deep house, techno e progressive house. “Será um prazer imenso tocar nesta festa, que representa tanto para a cultura da música eletrônica em Pernambuco”, afirma o artista.

Para o formato itinerante do Club Nox, o paulistano Gabe prepara uma apresentação que traz conceito e BPMs reduzidos, explorando techno, tech-house e minimal techno. Fechando a lista das principais atrações, o mineiro Rrotik vai relembrar suas faixas do low bass, como Myne e Talking bass.

No dia 22 de setembro, outro evento a aportar na Oficina Brennand será o MECA Festival, que vai unir música e arte contemporânea. Entre as atrações confirmadas estão Mundo Livre S/A, a pernambucana Duda Beat, a cantora carioca Letrux e o trio de DJs Windy City Classics. Para esta festa, o lote promocional custa R$ 45.
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