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Festivais de Inverno na RMR apostam na diversidade cultural

Sem a fama e a multidão de Garanhuns, festivais de Inverno em Olinda e na Várzea mesclam atrações

Publicado em: 22/08/2018 09:08 | Atualizado em: 22/08/2018 09:23

FIO começa hoje na Casa BALEA, no Carmo, com exibição de filmes como Edney, do pernambucano João Roberto Cintra. Foto: Reprodução/Youtube
Incluído no calendário dos olindenses desde 2015, o Festival de Inverno de Olinda (FIO) chega à sua quarta edição a partir de hoje, com programação estendida até o domingo. O evento será realizado na Casa BALEA (Rua Treze de Maio, 99, Carmo), com cineclube, roda de diálogo, música e intervenção nos muros da propriedade. A abertura ocorre às 19h30 e terá a exibição de filmes premiados na 5ª Edição do Recifest - Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero, a exemplo de Baunilha, de Leo Tabosa (PE), Convite vermelho, de João Victor Almeida (RJ), e Edney, de João Roberto Cintra (PE). A entrada é gratuita - com exceção do sábado, quando haverá show do cantor Tonfil e será cobrado um valor de R$ 5.

O curta-metragem Edney conta a história de um homem que trabalha de dia lavando pratos e, de noite, cantando canções de Ney Matogrosso. Para o diretor João Cintra, a realização de festivais como o FIO traz impactos importantes. “Eles enriquecem a formação cultural da sociedade e ajudam a consolidar a carreira de diversos artistas e profissionais. Fazer filmes é muito bom, mas cinema não existe se o material não puder ser mostrado e esse é um dos pontos principais dessas reuniões, auxiliar na circulação de novos conteúdos”, disse. 

Olinda, na visão do cineasta pernambucano de 37 anos, é recheada de riquezas e conteúdos que poderiam ser compartilhados durante o ano todo. “Olinda é tão poderosa que tem que estar viva em mais épocas do ano. Festivais e mostras fazem com que circulem mais pessoas, com que surjam novas conversas, essenciais para o desenvolvimento de novas ideias. O FIO é, de fato, um encontro necessário”, disse Cintra.

Amanhã, a visibilidade trans é a base da programação. Também a partir das 19h30, haverá uma roda de diálogos com a Rede Monalisa, uma plataforma online que conecta pessoas trans e travestis ao mercado de trabalho formal. O encontro terá a presença de Robeyoncé Lima, primeira advogada trans de Pernambuco, e Sophia William, produtora cultural e curadora do Festival Transborda de Cultura Sem Gênero. Na ocasião, Sophia vai apresentar ainda sua performance (Trans)passar. 

Já na sexta-feira, às 21h, os DJs Vinícius Lezo e Calani apresentam setlists oriundos de suas pesquisas musicais. A música continua no sábado, com show de Tonfil, artista visual, poeta e cantor do município São José do Egito. No encerramento, domingo, o grupo Vacilantes convida as crianças para pintar um muro do quintal da Casa BALEA, com banho de chuveiro e set da DJ Joana Perrusi.

Música, arte de rua e gastronomia na Praça da Várzea

Organizado de forma colaborativa por moradores e frequentadores do bairro da Zona Oeste do Recife, o Festival de Inverno da Várzea terá a 9ª edição realizada na sexta-feira e no sábado. Com o tema Cultura e resistência, a festividade vai homenagear Dona Carminha e Lenilson Braga, duas personalidades da região, e traz na programação mais de 20 atrações, entre shows, apresentações de rua, teatro, gastronomia e artesanato. O evento vai contar com nomes como Isaar, Coco Raízes de Arcoverde, Ylana Queiroga, Carol Ribeiro, Cultura Urbana, Mangueboys, Cabalafoice, Vates e Violas, Delamancha, Carranza. As atrações iniciam a partir das 16h, na Praça da Várzea. A entrada é gratuita. 

Em clima de celebração e retrospectiva, o grupo musical Vates e Viola inicia nova fase da carreira com novo show nesta sexta-feira, na noite de abertura do FIV 2018. Prestes a completar 30 anos de estrada, a banda paraibana apresenta uma coletânea de músicas da carreira. “É a primeira vez que estaremos no palco do FIV e estamos muito contentes em poder participar dessa festa com o lançamento do nosso novo show. A Várzea é hoje um reduto de músicos e artistas independentes, com uma experiência incrível”, afirmou o fundador do conjunto, Miguel Marcondes. “A realização de um festival assim reforça a atmosfera cultural da região. O Recife é uma cidade muita rica em produtos musicais, teatrais, na gastronomia, em artes no geral, e precisa de mais eventos que descentralizem a cultura e abram espaço para antigos e novos artistas, novos empreendimentos, novas oportunidades”, declarou.
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