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Exposição

Artista plástico externa fragilidades através de pinturas aquareladas em exposição no Recife

Luciano Pinheiro expressa sentimentos pessoais e coletivos na mostra Frágil, na Arte Plural Galeria

Publicado em: 08/08/2018 15:00 | Atualizado em: 08/08/2018 15:16

Mostra reúne cerca de 30 obras entre aquarelas, pinturas acrílicas sobre telas e colagens. Foto: Divulgação


De volta à cena após seis anos sem expor individualmente, o artista plástico Luciano Pinheiro revela suas vulnerabilidades e angústias em Frágil, que entra em cartaz a partir de hoje na Arte Plural Galeria, no Bairro do Recife. Com curadoria de Raul Córdula, a mostra reúne cerca de 30 obras, entre aquarelas, pinturas acrílicas sobre telas e colagens que expõem emoções. “Expressar os sentimentos é um alívio. A arte é isso, uma forma de libertação. Criar uma exposição é se mostrar. São fragilidades pessoais e sociais, não é uma coisa só minha. Trago o choque de várias fragilidades, angústias políticas e institucionais, e essa confusão gerada pela insegurança”, afirma o artista, que aproveita para dedicar a exposição à esposa, Vera Millet, pelos 70 anos dela.

Na primeira sala, as pinturas representam o caderno de anotações “aquarelados” do autor. Em tom mais crítico e doloroso, Luciano Pinheiro denuncia a violência na obra Alice, em três telas que homenageiam a artista plástica e arquiteta Maria Alice Soares dos Anjos, a "Baixinha", uma das fundadoras do bloco Eu Acho é Pouco, encontrada morta em sua casa, no Sítio Histórico de Olinda, no último dia 13 de março, aos 74 anos. "É uma celebração a uma amiga que foi brutalmente assassinada. Ela tinha um sorriso bonito, que me lembra o do gato da história da Alice no País das Maravilhas. Aquele sorriso aberto, e é apenas isso que quero lembrar", diz o artista.

A maioria dos trabalhos foi criada entre 2016 e 2018, um período de reclusão do artista no seu ateliê situado no Alto da Sé, em Olinda. Lá, Luciano mantém contato direto com a natureza e levou os elementos como referência para os traços, cores e criações. Em um segundo momento, ele apresenta telas que representam o olhar para temas como o desmatamento. Um dos destaques é a sequência batizada Fuga das abelhas. Por fim, há a instalação Cidade Imaginária, construída em formato de maquete com materiais reaproveitados, como caixas de uísque. “São emoções diferentes e trabalhos simples até os mais elaborados. O público vai encontrar diversas sensações”, conclui o autor.

A sequência Alice no País das Maravilhas homenageia a arquiteta Alice dos Anjos, morta em Olinda. Foto: Divulgação


Serviço
Exposição Frágil, de Luciano Pinheiro
Quando: De Quarta-feira, 8 de agosto a 29 de setembro (terça a sexta, das 13h às 19h; sábados, das 16h às 20h)
Onde: Arte Plural Galeria (Rua da Moeda, 140, Bairro do Recife)
Informações: 3424-4431
Gratuito
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