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The Resident aborda questão da negligência médica em série hospitalar atípica
Primeira temporada vai ao ar no Brasil a partir de hoje, na Fox, com episódio duplo
Publicado: 04/07/2018 às 20:24

Conflitos éticos e morais no atendimento de pacientes fazem parte da temática central da produção. Foto: Fox/Divulgação/

Já nos minutos iniciais do episódio piloto, The resident, nova série da Fox, subverte as expectativas em relação ao que esperamos de produções com a temática hospitalar. Nada da inefabilidade de Dr. House ou a obstinação dos determinados profissionais de ER (Plantão Médico, como ficou mais conhecida no Brasil). A nova produção, que estreia hoje às 22h15, também teve o primeiro episódio liberado no Fox App, e estará disponível na plataforma até o dia 18, inclusive para não assinantes.
Logo no começo do capítulo de estreia, vemos um erro médico acontecendo na mesa de cirurgia e atitudes questionáveis dos envolvidos. Aliás, os acidentes do tipo já são a terceira maior causa de morte nos Estados Unidos, perdendo apenas para câncer e doenças no coração. Segundo estudo divulgado pela Universidade John Hophins em 2016, são mais de 250 mil mortes por ano. A produção, que estreou em janeiro nos EUA e já foi renovada para a segunda temporada, terá, no Brasil, exibição de dois episódios a cada quarta-feira. O primeiro ano tem 14 episódios, cada um com cerca de 45 minutos de duração.
O time de criadores da série é formado por nomes pouco conhecidos: Amy Holden Jones, Hayley Schore, Roshan Sethi, enquanto o produtor executivo e showrunner é Todd Harthan (Rosewood). Outro nome associado à produção é Rob Corn, que já trabalhou no drama médico mais popular dos últimos anos, Grey’s anatomy.
Enquanto a negligência médica e ética profissional compõem o pano de fundo, a trama principal acompanha o residente Devon Pravesh (Manish Dayal) iniciando o seu período como interno no Chastain Memorial Hospital, sob supervisão do arrogante mas talentoso Conrad Hawkins (Matt Czuchry), residente do terceiro ano conhecido por não respeitar convenções nem autoridades. Outra figura central é o chefe de cirurgia da unidade, Soloman Bell (Bruce Greenwood), um venerado médico que carrega um rastro de erros e negligência encoberto com a ajuda de profissionais que se sentem intimidados pelo prestigiado cirurgião.
Sim, The resident inevitavelmente carrega alguns elementos bastante comuns em outros dramas hospitalares. Há o médico de capacidade dedutiva brilhante, casos dramáticos de pacientes, os bastidores fora dos consultórios, uma pitada de romance no ambiente hospitalar, jogos de poder, etc. Porém, a julgar pelos dois primeiros episódios liberados para avaliação, a série consegue trazer relevância e frescor ao colocar sob os holofotes temas menos explorados na televisão.
Sem necessariamente demonizar a classe, a produção se mostra original ao explorar aspectos menos nobres da profissão e médicos que passam longe do estereótipo de dedicação e responsabilidade que costuma ser visto nos dramas do gênero. Importante ressaltar, há um núcleo de personagens no lado oposto, com boas intenções e cuidadosos com os pacientes, como a enfermeira Nicolette Nevin (Emily VanCamp) e os residentes Devon Pravesh e Soloman Bell, todos eles com nuances interessantes e, no geral, imperfeitos.
The resident é um olhar menos ingênuo e mais cínico sobre a atividade médica, mas que carrega uma estrutura narrativa que vai soar familiar a quem acompanha seriados ambientados em hospitais. Com elenco competente e entrosado, mostra bom potencial nos episódios iniciais e consegue gerar uma dose de desconforto mostrando erros médicos bastante críveis. A segunda temporada já estreia em setembro nos EUA.
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