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Retorno de Crash Bandicoot mostra que personagem tem fôlego para as novas gerações

Coletânea N.SaneTrilogy, que reúne os primeiros jogos da franquia, prova que remake vai muito além do apelo nostálgico

Publicado em: 30/07/2018 15:00 | Atualizado em: 30/07/2018 14:32

Visual poligonal foi deixado de lado, mas remodelagem mantém fidelidade aos designs originais. Foto: Activision/Divulgação

Se no início dos anos 1990 Sonic e Super Mario reinaram praticamente sozinhos no segmento dos jogos de plataforma, a segunda metade da década revelou um concorrente de peso: Crash Bandicoot. Um dos grandes sucessos do então recém-lançado Playstation, o novo título ajudou a estabelecer a popularidade do console da Sony e apresentou um dos personagens mais carismáticos dos games. Remasterizada e relançada no ano passado com exclusividade para o Playstation 4, a trinca original de jogos agora está disponível para Xbox One, Nintendo Switch e PC, embalada na coletânea Crash Bandicoot: N.SaneTrilogy (R$ 149, Activision).

A nostalgia pode até parecer o apelo mais imediato desse lançamento, mas certamente os jogos têm potencial para agradar quem nunca adquiriu qualquer uma das mais de 56 milhões de cópias que a franquia já vendeu desde o lançamento. E, nesse retorno, a popularidade segue em alta. No Reino Unido, por exemplo,N.SaneTrilogy já figura há cinco semanas no topo dos jogos mais vendidos. É um feito considerável, ainda mais se levarmos em consideração que o título saiu em 2017 para PS4 e os números atuais são, em sua maioria, relativos a cópias comercializadas para XBox One, Swtich e PC.

Com jogabilidade simples e, no geral, eficiente, além de gráficos condizentes com a atual geração, a coletânea mostra que o título envelheceu bem. Claro que a repaginada no visual contribui para essa sensação de frescor, mas a essência original da franquia está toda ali. Crash Bandicoot (1996), Crash Bandicoot: Cortex Strikes Back (1997) e Crash Bandicoot: Warped (1998), lançados para Playstation 1, foram originalmente concebidos pela Naughty Dog, estúdio mais conhecido hoje em dia pelos sucessos Uncharted e The last of us. Os três jogos reunidos nesta edição foram redesenhados Vicarious Visions, que já trabalhou em outros títulos de Crash Bandicoot no início dos anos 2000.

Mesmo sem o código-fonte original dos jogos, a desenvolvedora fez um ótimo trabalho em refazer do zero toda a arte da trilogia. Hoje com visual um tanto datado por conta do design poligonal, a trilogia clássica ganhou uma bela recauchutada nesta remasterização. Ao mesmo tempo em que a estética foi plenamente respeitada, tudo parece novo e bem polido, seja no gameplay ou nas sequências de animação. O áudio foi outro ponto refeito do princípio que também teve saldo positivo. O elenco original regravou as vozes e a trilha sonora ganhou uma nova orquestração, assim como os efeitos sonoros foram retrabalhados e incrementados.

A fidelidade também se aplica aos aspectos técnicos: os controles são exatamente iguais e todo o andamento das fases é idêntico, com suas vantagens e desvantagens. Quem jogou os títulos anteriores certamente irá se sentir mais do que familiarizados, embora a movimentação do personagem, sobretudo no primeiro Crash Bandicoot, traga algumas modificações sutis em relação à física dos saltos do herói, embora ainda não resolva certas imprecisões nos pulos, um adicional na dificuldade em algumas. A mudança, no entanto, é positiva e a movimentação fica levemente mais fluida.

Mas se a jogabilidade não estiver tão fresca na memória, é provável que esse detalhe passe despercebido. Embora seja possível utilizar o controle analógico, o uso dos direcionais resulta em uma movimentação mais precisa. De novidades, há alguns desafios de tempo e velocidade, além de dois níveis inéditos. Um deles é Stormy Ascent, fase prevista originalmente para o primeiro jogo, mas que acabou sendo descartada e não finalizada na época por conta do elevado nível de dificuldade.

A outra fase, Future Tense, é inteiramente nova e foi incluída no terceiro jogo da franquia. Outro acréscimo é a inclusão de mais um personagem jogável, Coco Bandicoot, a irmã mais nova do famoso marsupial.

O retorno de Crash Bandicoot aos consoles da nova geração é mais do que bem-vindo, principalmente considerando o pequeno número de jogos do gênero plataforma lançados ultimamente. É torcer para que as boas vendas da N.SaneTrilogy sirvam para alavancar o desenvolvimento de novos jogos para o personagem, cujo o último título foi Crash: Mind Over Mutant, de 2008.
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