Diario de Pernambuco
Busca

Slam

Pernambucanas do Slam das Minas são destaque na Festa Literária Internacional de Paraty

Evento terá apresentação de Bell Puã, além de uma batalha nas ruas do município turístico

Publicado em: 23/07/2018 08:31

Em maio, Bell Puã concorreu no mundial SLAM POETRY, realizado em Paris. Foto: Sesc/Divulgação

O fenômeno dos slams, campeonatos de poesia falada que suscitam reflexões sociais e políticas, tem ganhado cada vez mais espaço nas agendas culturais brasileiras. Desta vez, o gênero chega na renomada Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no Rio de Janeiro, dentro das atrações promovidas pelo Sesc, de 26 e 29 de julho.

Um dos destaques será a apresentação da pernambucana Bell Puã (nome artístico de Isabella Puente), além de uma batalha entre os Slams das Minas de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo, realizada nas ruas do município turístico.

A performance de Puã será realizada no dia 26, antes de uma mesa chamada Amada Vida - composta pela filosofa Djamila Ribeiro e a escritora argentina Selva Almada. Intitulada Da Vida, a apresentação é inspirada em um poema da escritora Hilda Hilst, a homenageada da Flip na edição de 2018.

“Vou fazer uma menção a uma obra dela chamada Cantares do Sem Nome e de Partidas, em que a artista reflete sobre amor e a relação com o outro”, conta Bell, recifense de 24 anos que foi vencedora do Campeonato Brasileiro de Poesia Falada. Em maio, ela também concorreu no mundial SLAM POETRY, realizado em Paris.

Bell também irá comandar uma oficina sobre declamação entre os dias 26 e 27 de julho em um "caminhão itinerante de biblioteca" do Sesc. "Vai ser uma oficina breve, de duas horas". Na batalha contra os slams do Rio e de São Paulo, nos dias 26 e 27, Puã será acompanhada pelas outras integrantes do grupo pernambucano: Amanda Timóteo, Lilia Araújo e Cris Andrade.

O gênero ainda terá destaque no Café Literário, realizado no Sesc Santa Rita, com a mesa Liberdade: A vez da voz. A conversa será entre o escritor, poeta e dramaturgo Luiz Silva, o Cuti, e a slammer Letícia Brito, que vão abordar a literatura oral como um gênero que vem ganhando cada vez mais espaço.

Daniel Ferenczi, analista de cultura do Sesc, conta que esse fenômeno é importante devido a uma aproximação com os jovens: “É interessante perceber que esse movimento está surgindo das periferias do Brasil. Poder dar voz a esse público e incentivar a criação de coletivos é importante”.

Ele ressalta que, atualmente, boa parte dos leitores no Brasil são jovens e essa literatura “falada” pode ser um pontapé inicial para uma sensibilização com esse universo - inclusive para o desenvolvimento da escrita. “Acho que a literatura extrapola o 'objeto livro'. Temos que seguir essa tendência e fortalecer isso”, completa.

A programação da Sesc no Flip deste ano foi montada através de sugestões de uma curadoria composta por representantes regionais da instituição. A atriz Fernanda Montenegro e a escritora Conceição Evaristo, que concorre a uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, também participam do evento.
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL