Cinema

Crítica - Missão: Impossível mantém relevância e frescor com estreia do sexto capítulo

Efeito Fallout é o melhor título desde a estreia da franquia nos cinemas, em 1996

Publicado em: 26/07/2018 11:04 | Atualizado em: 26/07/2018 16:22

Sequência marca também o menor intervalo de tempo entre os lançamentos da série e é o título mais estritamente ligado aos acontecimentos do antecessor. Foto: Paramount Pictures/Divulgação


Algumas franquias cinematográficas conseguem manter relevância e frescor mesmo após sucessivos lançamentos. É o caso de Missão: Impossível, que depois de mais de 20 anos da estreia do primeiro filme (1996), chega ao sexto capítulo com Efeito Fallout, um dos melhores da série e o certamente o mais ambicioso. Em cartaz nos cinemas a partir de hoje, o longa-metragem traz mais uma vez Tom Cruise no papel do espião Ethan Hunt.

Missão: Impossível – Efeito fallout traz, pela primeira vez, o retorno de um diretor à franquia, Christopher McQuarrie, responsável pelo filme anterior, Nação Secreta (2015). Marca também o menor intervalo de tempo entre os lançamentos da série, que costumam ser espaçados, e é também o título mais estritamente ligado aos acontecimentos do antecessor.

O novo filme começa com Ethan Hunt fracassando em uma missão para reaver uma carga de plutônio e, na busca pelo material, o agente da Impossible Mission Force (IMF) e sua equipe descobrem que o roubo tem relação com o terrorista Solomon Lane (Sean Harris). Preso no filme anterior, o criminoso continua oferecendo risco para a segurança mundial, mesmo atrás das grades.

Para a missão, em lugar dos habituais da força-tarefa Missão Impossível Benji (Simon Pegg) e Luther (Ving Rhames), Hunt é acompanhado por August Walker (Henry Cavill), um violento agente da CIA encarregado de auxiliar e também supervisionar o espião, já que a IMF fica em descrédito após falhar na apreensão do plutônio.

O cerne da trama não é exatamente o lado mais original. Aliás, é difícil, e até desnecessário, trazer para o roteiro algo realmente inédito no âmbito da marca Missão: Impossível, inaugurada na série homônima exibida entre 1966 e 1973. Efeito Fallout brilha mesmo é na maneira como essa história, quase genérica, é contada.

Assista ao trailer:


Bem amarrado, o roteiro de Christopher McQuarrie não precisa gastar tempo apresentando personagens ou alguns aspectos já desenvolvidos no longa anterior, com isso, ganha tempo para desenvolver melhor aspectos pessoais do personagem central. As motivações de Ethan Hunt para aceitar missões cada vez mais complexas e suas relações com os companheiros de equipe são bem exploradas. Essa jornada mais pessoal, que alcança também a vida amorosa do personagem, acaba por resgatar elementos de outros filmes da série.

Essa maior imersão no protagonista é feita de maneira bastante orgânica, através de flashbacks pontuais e diálogos bem acertados. Até porque o lado psicológico do personagem não é exatamente o foco do filme. Ainda que mantenha equilíbrio entre os gêneros espionagem e ação, é nesta última faceta que Efeito Fallout se sobressai. Isso não quer dizer que as intrigas e reviravoltas (várias) foram deixadas de lado, fique claro. Elas estão ali, como tem sido sempre em Missão: Impossível.

As sequências de ação, no entanto, são o que há de mais vistoso. Particularmente desde Protocolo fantasma (2011), a série tem buscado feitos mais mirabolantes. Perseguições em terra e no ar, brigas, escaladas de penhasco, salto de paraquedas, há de tudo um pouco, embalado por uma trama bem resolvida, com uso eficiente do humor e ritmo empolgante. Um blockbuster competente e divertido.

[Cenas cada vez mais arriscadas
 

A cada gravação de um novo Missão: Impossível, pipocam as notícias sobre os feitos cada vez mais arriscados de Tom Cruise, que aos 56 anos segue dispensando dublês para as cenas de ação. Em Efeito Fallout, a façanha mais modesta do ator provavelmente foi pilotar uma moto em alta velocidade, sem capacete, para uma cena de perseguição envolvendo cerca de 70 veículos pelas ruas de Paris.

Em um acidente de set, ele quebrou o tornozelo ao pular de um prédio para outro, amparado por cabos, e continuou a cena mesmo machucado, como mostram vídeos de bastidores. Outro feito deve-se ao fato de Cruise ser o primeiro ator a saltar, de frente para as câmeras, na modalidade HALO (sigla para high altitude-low opening, em português, algo como alta altitude e baixa abertura). A técnica de infiltração militar consiste em pular de altas altitudes e abrir o paraquedas próximo ao solo. No caso do filme, o salto foi a mais de 7,5 mil metros de altura.

Completando a lista, o ator ainda voou segurado em uma corda pendurada num helicóptero e, na sequência dessa cena, pilotou sozinho o veículo aéreo durante a cena por uma região montanhosa da Nova Zelândia.
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