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'Não penso em me aposentar', diz Wanderléa que apresenta musical dos anos 1960 no Recife

A eterna 'Ternurinha' da Jovem Guarda protagoniza o espetáculo 60! Década de Arromba - Doc. Musical, neste fim de semana, no Teatro RioMar

Publicado em: 29/06/2018 14:40

O espetáculo conta com um elenco de 24 atores, cantores e bailarinos, e uma orquestra com dez músicos. Foto: Caio Gallucci/Divulgação


Os anos 1960 serão sempre lembrados pelos avanços da tecnologia, os movimentos sociais e políticos daquela época e, sobretudo, os acontecimentos culturais. Enquanto os Beatles e os Rolling Stones surgiam na Inglaterra, no Brasil nascia a MPB e a Tropicália. Em 1965, os cantores Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa apresentaram um programa de televisão que deu início à Jovem Guarda. A eterna “Ternurinha” desse movimento cultural é a protagonista do espetáculo 60! Década de arromba – Doc. musical, que chega ao Recife para três apresentações, nesta sexta-feira (29) às 20h30 e sábado (30) em duas sessões, às 16h30 e às 20h30, no Teatro RioMar (Av. República do Líbano, 251, 4º piso - RioMar Shopping).

Além da luxuosa participação de Wanderléa, interpretando ela mesma, o espetáculo, dirigido por Frederico Reder e com roteiro e pesquisa de Marcos Nauer, conta com um elenco de 24 atores, cantores e bailarinos, e uma orquestra com dez músicos resgatando clássicos da época. Entre as canções estão Banho de lua, Biquíni de bolinha amarelinha, Beijinho doce, Pare o casamento, Calhambeque, além das internacionais Blue moon, La bamba e Yellow submarine. “O musical apresenta toda a década de 1960, da cultura em geral. A política da época, a chegada do homem à lua, a saga dos Kennedys, a ascensão do jazz lá fora e da Bossa Nova aqui. É um período muito forte que faz a plateia cantar em todos os números”, conta Wanderléa, em entrevista ao Viver.

A superprodução viaja com três caminhões de 11 metros levando 20 cenários, 10 toneladas de material cênico e mais de 300 figurinos. Pela primeira vez na capital pernambucana, a montagem já passou por Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Fortaleza, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. “Eu e o elenco todo fazíamos questão de passar por Recife. Demorou, mas chegou. Lembro que a constatação do sucesso da Jovem Guarda veio durante uma viagem que fizemos para o Recife. Nossa carreira começou aí, essa cidade nos abraçou”, diz a cantora. Os ingressos para 60! Década de arromba custam R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) para o balcão, R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia) para a plateia alta e R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia) para a plateia baixa. As entradas podem ser adquiridas na bilheteria do teatro ou através do site www.uhuu.com.

'Fico feliz em saber que projetei alegria na vida das pessoas', diz a artista de 72 anos. Foto: Caio Gallucci/Divulgação

Entrevista - Wanderléa // cantora

Como surgiu o convite para participar do musical?
Tudo começou no início de 2015. O diretor e produtor Frederico Reder queria muito que eu fizesse esse espetáculo, mas eu resisti por muito tempo porque é um período que me prende de quinta a domingo, no qual eu teria que parar com os meus shows e mudar toda a minha agenda. Ficamos quase um ano nessa situação, até que no final de 2015 eu topei fazer uma temporada de dois meses em São Paulo e outra no Rio de Janeiro. Mas o sucesso foi tão estrondoso que estendemos a temporada de dois meses por quase dois anos, que encerra na semana que vem em Natal (RN). Eu fiquei apaixonada pelo que o espetáculo representa e foi importante para mim por ser o meu primeiro musical. Antes, eu só fazia shows com a minha banda e este musical vai além da música. Assim a gente vai revivendo coisas do passado.

Existem planos para um musical de outras décadas?
Sim, o musical dos anos 1960 deu tão certo que o Frederico (Reder) e o Marcos Nauer estão preparando um da década de 1970. Apesar de eu ter feito muita coisa nessa época, não vou participar porque eu preciso descansar um pouco e reorganizar a minha carreira. Estou preparando um disco novo e quero fazer outras coisas também. Mas os idealizadores desse projeto estão pensando em fazer também dos anos 1980 e 1990, com o que aconteceu de mais importante em cada década. Eles estão no processo de pesquisa desses anos e tenho certeza que farão um espetáculo tão bonito quanto foi o Década de arromba.

Como é para você participar de um espetáculo que conta um pouco da sua história?
Esse espetáculo me faz lembrar da fidelidade dos fãs daquela época, que cantaram comigo na adolescência e agora estão lá na plateia comemorando uma história de vida juntos. É muito gratificante saber que essas pessoas estão levando seus filhos e netos para constatar o que acontecia naquela época. Fico feliz em saber que projetei alegria na vida dessas pessoas, é uma constatação de que valeu a pena dedicar uma vida inteira à arte e à música. Não fiz festa para celebrar meus 50 anos de carreira e as pessoas pediam por isso, mas eu digo que estou comemorando a toda hora. Esse musical é, de certa forma, uma comemoração aos meus mais de 50 anos de história, com meu marido na orquestra e minha filha Jadde estreando como atriz. 

Você vai lançar um CD e um DVD depois do musical?
O DVD ainda é uma ideia... Mas estou preparando também um livro de poesias que pretendo lançar logo logo e um disco novo que já tem contribuições de grandes amigos. O Erasmo (Carlos) fez uma canção linda para mim que certamente entrará no álbum. Tenho recebido também músicas da Marina (Lima), do Guilherme Arantes, do Djavan, do Roberto (Carlos), do Nando (Reis), do Arnaldo Antunes... Mas isso não quer dizer que eu vou gravar todas, estou ainda na fase de separar repertório e, nos momentos possíveis, estou indo até o estúdio para sentir essas músicas. Porque eu não posso simplesmente gravar porque um amigo maravilhoso me mandou, tem que ter a ver com o meu momento atual e que eu possa refazer nos shows, tem que ser algo integrado. 

Com 72 anos de idade e mais de 50 de carreira, você já pensou em se aposentar?
(Risos) Acredita que eu não penso nisso? Eu confesso que não programo muita coisa, mas eu gosto da vida agitada. Enquanto eu tiver saúde, alegria, condições físicas e emocionais para fazer o que eu faço, eu continuo. No dia em que Deus falar: “vamos parar, não dá mais”, aí eu paro.

SERVIÇO
60! Década de Arromba - Doc. Musical
Quando: 29 de junho (sexta-feira), às 20h30, e 30 de junho (sábado), às 16h30 e 20h30
Onde: Teatro RioMar (Av. República do Líbano, 251, 4º piso - RioMar Shopping)
Quanto: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia) para o balcão, R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia) para a plateia alta e R$ 180 (inteira) e R$ 90 (meia) para a plateia baixa. As entradas podem ser adquiridas na bilheteria do teatro ou através do site www.uhuu.com
Classificação: 12 anos
Duração: 180 minutos
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