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Livro conta relação da comunidade judaica com Pernambuco

De acordo com o escritor Jacques Ribemboim, o estado teve 'duas épocas de ouro do judaísmo', a sendo a primeira entre 1630 e 1654

Publicado em: 11/06/2018 11:21 | Atualizado em: 27/04/2020 16:47

Autor de mais de 15 livros, o economista e pesquisador reúne na nova obra 38 ensaios publicados em revistas e livros ao longo de 25 anos. (Foto: Gabriel Melo/Esp. DP)
Autor de mais de 15 livros, o economista e pesquisador reúne na nova obra 38 ensaios publicados em revistas e livros ao longo de 25 anos. (Foto: Gabriel Melo/Esp. DP)
Não necessariamente tão numerosa mas de presença marcante na história do estado, a comunidade judaica e sua relação com Pernambuco é um dos temas centrais do livro Ensaios judaicos (Babeco, 200 páginas, R$ 30), de Jacques Ribemboim. O autor lança o livro nesta segunda-feira (11), a partir das 17h, no Boteco Porto Ferreiro (Avenida Rui Barbosa, 458, Graças).

Autor de mais de 15 livros, alguns deles dedicados à história e presença israelita no Nordeste, o economista e pesquisador reúne na nova obra 38 ensaios publicados em revistas e livros ao longo de 25 anos, sendo o mais recente de dezembro do ano passado. Segundo Ribemboim, a proposta é, partir da reunião, evidenciar o senso de unidade dos textos e também oferecer para o público um acesso fácil ao conteúdo, publicado de forma espaçada ao longo das mais de duas décadas.

“A comunidade judaica em Pernambuco nunca foi, quantitativamente, tão numerosa, nem mesmo no período holandês”, explica o escritor. “Mas talvez, em termos qualitativos, de influência mútua, tenha sido forte. O judeu absorveu muito da nordestinidade, se adaptou bem ao Nordeste, gostou e gosta de viver aqui, absorve costumes e valores mas também exerce muita influência”, complementa.

De acordo com Ribemboim, Pernambuco teve “duas épocas de ouro do judaísmo”, a sendo a primeira entre 1630 e 1654, no Período Holandês, e a segunda a partir de 1920, quando da chegada de imigrantes da Europa Oriental. Desde então, avalia o pesquisador, “os judeus tem contribuído em muito para o desenvolvimento da economia e da cultura”. Alguns dos ensaios trazem biografias curtas de representantes locais da comunidade, desde figuras do século 16, como Branca Dias e Brites Fernandes, a contemporâneos, a exemplo de Guita Charifker, Isaac Schachnik, Isaac Essoudry e Esther Steremberg.

Essa presença forte na sociedade, às vezes até visivelmente evidenciada a partir da presença de espaços próprios como sinagoga, clube, cemitério e escola, acredita o autor, é algo característico do povo judeu. “Talvez seja algo ensejado por, historicamente, viverem tolhidos, ameaçados, expulsos. Aprenderam que a que a propriedade é fugaz, mas a inteligência, o saber, o aculturamento, são coisas que se pode levar para onde você se dirige”, pontua.
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