TEATRO

Cissa Guimarães chega ao Recife com o espetáculo 'Doidas e Santas'

Peça protagonizada e produzida por Cissa já foi vista por cerca de 250 mil pessoas em mais de 20 cidades do país desde a estreia, há oito anos

Publicado em: 09/06/2018 14:03 | Atualizado em: 09/06/2018 14:44

Espetáculo é uma adaptação do livro homônimo de Martha Medeiros . Foto: Chico Lima/Divulgacao

A psicanalista Beatriz vive o auge do sucesso profissional, mas enfrenta uma verdadeira crise em casa. Enquanto seu marido está a cada dia mais distante, sua mãe resolveu entrar em um embate geracional com a filha adolescente. Certo dia, a mulher de 50 anos decide dar um basta no caos diário e abraçar os prazeres da juventude mais uma vez. Foi com esse enredo universal que Doidas e Santas, peça teatral protagonizada por Cissa Guimarães, cativou o público em 2010 e tem ganho novo frescor diante dos debates sobre feminismo.

Desde a estreia, a obra foi vista por mais de 250 mil pessoas em mais de 20 cidades brasileiras. Neste fim de semana, chega ao Recife, com apresentações hoje (09) e amanhã (10) no Teatro RioMar, localizado no bairro do Pina. A produção é a primeira assinada por Cissa Guimarães em 30 anos de carreira no teatro.  Ela decidiu se aventurar como produtora após ler o livro homônimo de Martha Medeiros, que deu origem à peça.

O texto ficou por conta de Regiana Antonini e a direção é de Ernesto Piccolo - responsável por dirigir Divã, outra adaptação da obra de Medeiros, que retrata as inquietações da mulher com relação à vida contemporânea. No palco, quem interpreta o marido de Beatriz é Giuseppe Oristânio, enquanto a mãe, a filha e a irmã da protagonista são todas encenadas por Josie Antello.

[ Entrevista Cissa Guimarães // atriz

Em 2010, Doidas e Santas foi sua primeira produção em mais de 30 anos de carreira no teatro. Por que você só decidiu trabalhar como produtora nesse projeto?
O teatro sempre foi muito importante na minha vida, e tinha este desejo de produzir um texto que realmente pudesse tocar o coração das pessoas. Neste ponto, acho que conseguimos, com a união e parceria da equipe, junto da obra de Martha Medeiros. Semeei, semeei, semeei e estou colhendo frutos maravilhosos. Minha palavra de ordem é gratidão. Eu só posso agradecer por este momento que estou vivendo, em que cheguei por meio de muita luta. O teatro é uma força maior na vida de todo artista.

Qual a sua relação com a Martha Medeiros?
Desde a primeira vez que li o livro Doidas e Santas me identifiquei, porque era uma situação que eu gostaria de abordar. E aí me deparei com outros textos da Martha, entrei em contato e ela passou a acompanhar e estimular todo o processo. No final, nos tornamos amigas e eu a respeito demais, ela sabe tocar as pessoas. Eu tenho muito orgulho desta amizade.

De que forma você acha que Doidas e Santas retrata a mulher contemporânea?
Acho que toda a mulher se identifica com o texto. Nesta peça a gente tenta abranger todos esses conflitos que tem uma mulher com 50 anos. Ela tem uma mãe, mora na mesma casa que ela, uma irmã que é muito diferente dela, uma filha adolescente. Então, é um texto com que todo mundo se identifica. Todo mundo. A coisa que eu mais é escuto é “meu Deus, parece que eu vi a minha vida ali”, entendeu? A Martha Medeiros escreve muito bem sobre o cotidiano, sobre as pequenas coisas da nossa vida, mas que são muito contundentes porque todo mundo passa por isso. E é um elenco tão unido, a gente se ama tanto, que passa para o público. A plateia sente isso, sabe? E, no fim do espetáculo, é uma catarse muito legal.

Concorda que as recentes discussões sobre o papel da mulher na sociedade deram um frescor para a peça?
Claro! Com toda certeza! É uma comédia, mas acima de tudo é uma peça com um texto maravilhoso. As pessoas saem do teatro felizes e reavaliando suas vidas e suas relações. Muitos acham que o simples é banal, mas ele acaba por ser a coisa mais importante. É extremamente satisfatório poder levar ao público algumas dicas para as pessoas abrirem seus olhos em busca da felicidade e viverem bem.
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