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Versão feminista de Lisbela e o Prisioneiro no teatro homenageia Gleide Ângelo

Em nova adaptação da obra de Osmar Lins, o 'delegado da cidade' é mulher e leva o nome da oficial pernambucana

Publicado em: 11/05/2018 11:41 | Atualizado em: 11/05/2018 11:25

Micael Alexandre e Elle Moon interpretam Leléu e Lisbela, personagens do clássico de Osmar Lins. Foto: Cobogó das Artes/Divulgação

Peça teatral lançada pelo pernambucano Osmar Lins em 1964, Lisbela e o Prisioneiro ficou conhecida pelo grande público através de adaptações na televisão (1993) e no cinema (2003), ambas feitas pelo diretor Guel Arraes. Desta vez, o cineasta Adriano Portela resolveu adaptar o romance ambientando no interior de Pernambuco para a contemporaneidade. Levantando questões como feminismo e preconceito, o espetáculo será encenado no Teatro Apolo, no Bairro do Recife, nesta sexta-feira (11) e no sábado (12), às 19h.

Portela, que atualmente dirigiu o filme Recife assombrado (lançamento previsto para 2019), decidiu produzir a nova versão do clássico de Osmar Lins após pesquisar sobre obra de autor em um mestrado. "Quis implantar essa temática mais atual. O teatro é um objeto para proporcionar reflexões, formar opinião", diz Adriano em entrevista ao Viver.

"Quase todas as personagens são mulheres, inclusive personagens masculinos da obra original. Elas demonstram o feminismo no texto e mandam nas cenas. Isso é interessante pois as cidades do interior, na maioria das vezes, são regidas por homens", explica Portela, que é responsável pelo projeto Cobogó das Artes. O elenco conta com três personagens homens: o protagonista Leléu, Frederico Evandro, o "matador" do município, e Douro Noêmio, o advogado. 

O Tenente Guedes, figura autoritária que é pai de Lisbela na obra original, também é representado por uma mulher. Na versão feminista, ela se chama Gleide Ângelo, uma homenagem à oficial pernambucana que é referência de força feminina no estado. "Estamos tratando tudo com muito respeito e humor e ao mesmo tempo aproveitando para valorizar uma pessoa que tanto vem lutando pelos direitos das mulheres", afirma Rafaela Quintino, a diretora do espetáculo, em comunicado enviado à imprensa. A homenagem teve autorização da própria Ângelo.

Sobre a Cobogó 
Lisbela e o Prisioneiro é a estreia da Cobogó das Artes nos palcos. O projeto social de Adriano Portela oferece oficinas gratuitas de diversas modalidades artísticas e cursos com preços acessíveis. “Espero que este seja o primeiro trabalho de muitos que a Cobogó possa realizar, implantando o universo cultural no bairro em que está instalada e levando suas produções para o grande público”, diz Elle Moon, atriz que dá vida a Lisbela.

SERVIÇO
Lisbela e o Prisioneiro
Onde: Teatro Apolo (Rua do Apólo, 121, Bairro do Recife)
Quando: sexta-feira (11) e sábado (12), às 19h
Quanto: R$ 30 e R$ 15 (meia)
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