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'Não me classifico em um gênero', diz Seu Jorge ao evitar se rotular como sambista

Cantor se apresenta no Itaipava Catorze em junho

Publicado em: 24/05/2018 10:10 | Atualizado em: 24/05/2018 19:18

Além dos sucessos, o público vai conhecer Shock, novo single do artista, previsto para ser lançado este mês. Foto: Seu Jorge/Divulgação

Após realizar uma bem-sucedida turnê nos Estados Unidos, no Canadá e em países da Europa, o multifacetado Seu Jorge volta ao Brasil com o show que ele afirma ser "o baile mais dançante do país". O artista, nascido em Belford Roxo no Rio de Janeiro, desembarca dia 9 de junho no Recife para uma apresentação no Itaipava Catorze, localizado nos Armazéns do Porto, no Recife Antigo. Com abertura da banda recifense Papaninfa, o evento começa a partir das 22h e os ingressos custam R$ 80 (meia), R$ 90 (social) e R$ 160 (inteira), à venda nas lojas Chilli Beans, Ingresso Prime, Ticket Folia ou através do site Bilheteria Digital

No palco, Seu Jorge estará acompanhado pelo Conjuntão Pesadão formado por Adriano Trindade (bateria), Fernando Vidal (guitarra), Sidão Santos (baixo), Rodrigo Tavares (teclados), Pretinho da Serrinha (percussão) e o trio de metais Edy Trombone (trombone), Paulinho Viveiro (trompete) e Fernando Bastos (saxofone). Eles prometem tocar clássicos dos 21 anos de carreira do artista, como Mina do condomínio, Amiga da minha mulher, Burguesinha, Tive razão, entre outros. Além dos sucessos, o público vai conhecer Shock, novo single do cantor, previsto para ser lançado este mês. "Essa música veio através de parceiros baianos, que eu já estava querendo trabalhar há um tempo. Ela traz uma musicalidade muito presente na Bahia que, muitas vezes, não é difundida no Sudeste. A gente misturou também o carimbó com outros ritmos nordestinos. Estou bastante empolgado para divulgá-la", adianta Seu Jorge, em entrevista ao Viver

Shock é apenas uma das apostas do músico para 2018. Ao longo do ano, ele pretende lançar outras canções em plataformas de streaming. "Eu percebo que se tornou mais acessível para o público receber um trabalho no formato digital. Um projeto especial com quatro ou cinco músicas é muito mais atrativo do que um disco inteiro. Então, apesar de eu ainda gostar muito de um CD conceitual com 15 faixas e um tema específico, jamais deixaria de experimentar outros formatos", garante. 

Desde muito cedo, o ex-morador de rua já frequentava bailes e rodas de samba cariocas, o que culminou em um flerte com esse ritmo brasileiro durante toda a carreira. Em 2001, Seu Jorge lançou o seu primeiro disco solo, chamado Samba esporte fino, e despontou com a música Carolina. Logo depois, ele realizou o projeto de samba de partido alto Caatinga de swing. "O samba não pode acabar, é o orgulho do nosso país. Ele está inserido na vida e na essência do brasileiro. Até mesmo aqueles que não são adeptos fervorosos do gênero têm respeito pelo samba e pelo o que ele promove. Apesar da ascensão de outros ritmos, o samba sempre terá seu espaço", crava. 

Além de cantor, compositor e multi-instrumentista, Jorge Mário da Silva também fez carreira no cinema. O artista já conta com mais de 22 filmes no currículo, como Cidade de Deus (2002), Tropa de elite 2 (2010), E aí... Comeu? (2012), incluindo alguns internacionais. Neste ano, ele interpreta Carlos Marighella, famoso guerrilheiro baiano, morto em uma emboscada policial no fim dos anos 1960, no longa Marighella, dirigido por Wagner Moura. "Sempre fui muito ligado a todas essas ondas da música e do teatro. Cantar e atuar são coisas diferentes e que acontecem em tempos diferentes. Cabe a nós estarmos dispostos a atender aquilo que o papel pede", conclui.

Entrevista // Seu Jorge, cantor, compositor, multi-instrumentista e ator

Você se considera um sambista ou prefere não se rotular?
Não me classifico em um gênero. Acredito que sambista é aquele que tem um compromisso com alguma escola de samba, uma agremiação. O que eu tenho é um amor e uma admiração ao samba que é maior do que qualquer rótulo. Sou um artista de música brasileira de todas as formas e o samba é uma delas. Posso dizer que sou sambista de coração.

Nos últimos dois anos você esteve em turnê pelo exterior. É diferente de fazer shows no Brasil?
A diferença é mais na cultura de cada lugar. Por exemplo, no Brasil os shows costumam começar depois da meia-noite, já no exterior o horário mais tarde que entrei no palco foi 9 da noite. São pequenas coisas que mudam, mas música é música em qualquer lugar do mundo e vai surtir o mesmo efeito que é fazer as pessoas se encantarem e se emocionarem.

O projeto Músicas para churrasco foi um sucesso e teve dois volumes. Pretende dar continuidade?
Esse trabalho revelou personagens maravilhosos: a doida, a 'véia', a vizinha, o motoboy... Eu adoraria fazer em outros formatos que não necessariamente são músicas. Penso em talvez levá-lo para o cinema, algo nesse sentido. 

Sua nova música, Shock, tem influências de ritmos nordestinos. Como é sua relação com a música pernambucana?
Tem muita coisa genial em Pernambuco. Tenho uma relação muito forte com artistas da minha geração, como Silvério Pessoa, o fenomenal Chico Science e a Nação Zumbi, que é uma das bandas mais interessantes do Brasil. Tenho muito afeto ao que a música pernambucana representa para o nosso país.

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