Roteiro
Letrux volta ao Recife Em Noite de Climão
Apresentação será nesta sexta-feira (18), às 22h, no Baile Perfumado
Por: Emília Prado
Publicado em: 18/05/2018 10:00 | Atualizado em: 18/05/2018 10:12
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Letícia Novaes já foi Letícios, Letuce e agora é Letrux. Em noite de climão (2017), além de ser seu primeiro álbum-solo, traz consigo diversas mudanças em relação a fases anteriores da compositora, cantora e atriz. Mistura certeira de ritmos dançantes com ares de anos 1980 e poesia de peito aberto, o disco foi um dos mais elogiados pela crítica no ano passado. Letícia volta ao Recife, nesta sexta-feira (18), às 22h, no Baile Perfumado, com shows de Luísa e os Alquimistas e MC Ririca na abertura.
As 11 faixas nasceram de rabiscos, frases e composições engavetadas que a artista acumulou ao longo dos últimos cinco anos. A produção, feita por ela, Arthur Braganti e Natália Carrera, começou após o fim do duo Letuce, com Lucas Vasconcellos, em 2016. "As letras perpassam por diversas fases da minha vida. Olho para trás e me sinto ótima. Ao mesmo tempo em que lamento que o corpo não seja o mesmo que tinha aos 22, sei que estou muito bem agora, já que a cabeça aos 22 era péssima", confessa Letícia, aos 36 anos.
Ao contrário das capas do duo, Em noite de climão apresenta Letícia com o rosto à mostra, "sem muitas coisas acontecendo, coisas tapando minha cara, como costumava ser, botei a cara no sol mesmo", diz. O vermelho, presente não só na capa do álbum, aparece nas roupas e luzes do show. Para Letícia, a cor reforça o fogo, paixão e drama que constroem a obra. Cheias de sinceridade e elementos visuais, as letras, ainda que muito íntimas, surpreenderam ao receberem forte resposta do público que, nos shows, veste vermelho e grita junto letras como as de Que estrago e Ninguém perguntou por você.
"É uma honra fazer parte da trilha sonora da vida das pessoas. Sinto que o show é uma espécie de processo de cura, elas ficam aliviadas, elas dançam, suam", explica. O "climão" trazido por Letrux é amplo para interpretações, abrange sentimentos dos mais individuais aos mais gerais. "Quando se desperta para o que está acontecendo no Brasil, não me sinto bem. Tem climão em relação à crise, golpe. No show quero que se permitam esquecer, ao mesmo tempo que canto sobre estas situações".
Diferente do seu show no Guaiamum Treloso Rural, em sua última passagem pela cidade, a cantora afirma que vai interagir mais com o público desta sexta-feira. "Vai ser diferente de um show de festival. Na turnê eu tento conversar com as pessoas, sentir como estão naquele dia, falo textos, poemas que escrevi. A platéia vibra e eu também. Deixo a noite fluir com o clima que receber".
