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Record censura trecho de música da cantora IZA por referência à religião afro-brasileira

A frase 'fé na sua mandinga', da faixa Ginga, foi excluída durante apresentação no Programa da Sabrina

Publicado em: 28/05/2018 09:24 | Atualizado em: 28/05/2018 10:43

IZA participou do Programa da Sabrina. Foto: RD1/Reprodução

A cantora IZA, dona do sucesso Pesadão, esteve no Programa da Sabrina, na Record, no último sábado (26). A participação faz parte da divulgação de Dona de Mim, o primeiro disco de estúdio de sua carreira. Enquanto apresentava a canção Ginga, um detalhe chamou atenção dos fãs da artista. O trecho "fé na sua mandiga", que faz referência às religiões afro-brasileiras, foi excluído da performance.

Nas redes sociais, diversos internautas criticaram a atitude da emissora. "Acho que Iza deveria se recusar a cantar em qualquer programa/evento dessa emissora preconceituosa. Ela não precisa disso pra nada, a música está bombando na novela das 21h da Globo", digitou um usuário do Twitter. "Por essas e outras que eu não assisto nenhum conteúdo deles. Fazem mil e uma novelas bíblicas reforçando a crença deles, mas não podem deixar passar uma frase sobre um religião diferente por pura ignorância e intolerância", escreveu outro, na mesma rede social.

Viver entrou em contato com a Record e a emissora afirmou que não vai se pronunciar sobre o ocorrido.

A empresa do bispo Edir Macedo, que também é dono da Igreja Universal Reino de Deus, já havia feito algo semelhante em 2004. A baiana Ivete Sangalo iria participar dos programas de Eliana, Raul Gil e Adriane Galisteu, entre os dias 19 e 21 de novembro daquele ano, quando soube que não poderia cantar a música Festa, que menciona o candomblé. Na época, as apresentações foram canceladas. 

Em abril deste ano, a justiça determinou que a Record terá de exibir programas como direito de resposta aos praticantes de religiões afro-brasileiras ou de matriz africana, que foram vítimas de preconceito por parte do programa religioso Sessão do Descarrego. A Ação Civil Pública interposta pelo Ministério Público Federal corria na justiça desde novembro de 2004, mas enfrentava recursos judiciais por parte da empresa de Macedo.
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