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Diversidade

Dia Mundial de Combate a LGBTfobia é celebrado com ação de visibilidade no Recife

Entre as atividades realizadas no bairro da Boa Vista, houve mostras de curtas, recital e um desfile-protesto

Publicado em: 18/05/2018 23:57 | Atualizado em: 19/05/2018 00:29


Maju Andrade, uma das participantes do desfile-protesto realizado pelo coletivo TransViver. Foto: Samuel Caldo/Esp.DP
 

O Dia Internacional de enfrentamento à LGBTfobia contou com uma série de ações na noite da última quinta-feira (17), no Clube Metrópole, localizado no bairro da Boa Vista, Região Central do Recife. Entre as atividades, houve mostras de curtas, recital e desfile-protesto. 

A ativista Maria do Céu entre as Drag Queens Milla Peron e Nina Poison. Foto: Samuel Calado/Esp.DP
 

Segundo dados atualizados do Grupo Gay da Bahia, somente neste ano foram contabilizadas mais de 150 mortes por homofobia no Brasil. A produtora cultural e ativista Maria do Céu, que organizou o evento junto com a Aliança Nacional LGBTI+, contou que é preciso fazer o enfrentamento da LGBTfobia não somente nas ruas, mas também nas instituições de ensino e nas famílias. "O que choca não é o amor entre pessoas do mesmo sexo, mas a violência e a discriminação naturalizada no cotidiano. Enquanto tiver gente achando que é constrangedor presenciar uma cena de amor entre homo afetivo, haverá ação sim. Depois de tantas conquistas ninguém vai voltar mais para o armário".

Participantes do desfile. Foto: Thiago Britto/Divulgação
 

A noite foi celebrada com um desfile-protesto promovido pelo coletivo TransViver, realizado com pessoas trans e outras personalidades importântes da militância LGBT. A ativista e representante do grupo, Regina Guimarães, explicou que a intervenção teve o objetivo de promover um espaço onde as pessoas pudessem se mostrarem da forma que são.

Ativista e representante do coletivo TransViver, Regina Guimarães. Foto: Samuel Calado/Esp.DP

 "É importante para toda a população compreender que a diversidade existe e que precisa ser respeitada.  Precisamos que nos respeitem da forma que somos e como nascemos". Luciano França, um dos desfilantes desabafou que para ele quanto gay e negro foi bastante interessante participar do evento enquanto representatividade. "A gente precisa ocupar todos os lugares para mostrar que homossexualidade não é doença, mas diferença e precisa ser respeitada. Racistas e homofóbicos não passarão". 


Cantor Ciel Santos, proponente do projeto musical 'Enraizados'.  Foto: Samuel Calado/Esp.DP

O cantor pernambucano Ciel Santos apresentou Entre as passagens de figurino na passarela,  trechos do espetáculo Enraizados, que aborda o respeito à diversidade. 

Luiz Valério, coordenador de saúde LGBT do estado de Pernambuco, um dos desfilantes. Foto: Samuel Calado/Esp.DP

O coordenador de saúde LGBT do estado de Pernambuco, Luiz Valério, que também participou do desfile contou que o dia não só comemora a retirada da homossexualidade da lista de doença na Organização Mundial de Saúde (OMS), mas também levanta o engajamento da população, possibilitando que haja mais visibilidade com o público LGBT. "Estamos atuando não somente nesta data, mas nos 365 dias do ano combater e reforçar a ideia de criminalização da homofobia e a permissão da existência da pluralidade". 

Sol Dayamon, Miss Pernambuco Gay 2018. Foto: Samuel Calado/Esp.DP

Entre os convidadas presente estava a Miss Pernambuco Gay 2018, Sol Dayamon. A jovem relatou que já sofreu homofobia junto e conhece várias histórias de amigos que também passaram pela mesma situação. “É importante falar sobre esse tema e mostrar para a sociedade que nós existimos, que falamos e que também temos o direito de pisar o mesmo chão”. 


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