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Cantoras de brega procuram investidor para registrar turnê nostálgica em DVD

O projeto Amigas do Brega é formado por Palas Pinho, Dany Myler, Dayanne Henrique e Isa Falcão, vocalistas de bandas de sucesso dos anos 2000

Publicado em: 04/05/2018 11:11 | Atualizado em: 04/05/2018 12:09

As artistas homenageiam o Rei Reginaldo Rossi no figurino. Foto: Virginia Rodrigues/Divulgação

O nome do grupo de WhatsApp virou a turnê nostálgica em homenagem ao brega romântico dos anos 2000. As Amigas do brega - formadas pelas cantoras Palas Pinho, da Ovelha Negra, Dany Myler, da banda Lolyta, Dayanne Henrique, da Frutos do Amor, e Isa Falcão, da banda Espartilho, se apresentam nesta sexta-feira (4), a partir das 23h, no Clube Metrópole (Rua das Ninfas, 125, Boa Vista). Parece que foi ontem que Amor de rapariga (Ovelha negra), Diário (Frutos do amor), Thynara (Lolyta) e Um dia vai me procurar (Espartilho) fizeram sucesso nos bregas de bairro e eram entoados em carrinhos de CD pirata espalhados pelo Recife. 

No ano passado, elas se encontraram para gravar uma série de vídeos para o Youtube, projeto batizado Brega retrô. "Naquela época não tinha tanta facilidade e decidimos criar conteúdo para divulgar as músicas na internet", explica Palas Pinho, uma das idealizadoras do encontro. O repertório homenageia grandes clássicos do movimento. As cantoras abrem o show com Em plena lua de mel, do eterno Rei Reginaldo Rossi. Depois é um hit atrás do outro: Pode chorar (Banda Carina), Que tontos (Kelvis Duran), Ingrata solidão (Ritmo quente) e Não devo nada a ninguém (Conde Só Brega), e muito mais. O show foi construído pelas artistas junto com o produtor musical e marido de Palas, Rivan Monteiro (tecladista). 

A cantora e compositora Palas Pinho ficou conhecida nacionalmente com a música Amor de rapariga e está há 16 anos no comando da Ovelha Negra. A artista explica que seu nome de batismo - Palas Alves Pinho - foi escolhido pelo pai, que é formado em filosofia, em referência à deusa Palas Athenas. O retorno do público tem sido especial e todos apoiaram a iniciativa. "Desejo que essa nova geração de artistas possam chegar a 16 anos de carreira e ouvir as pessoas cantando, como ouço cantarem a minha música", comemora. 

Segundo a idealizadora, há planos de registrar o reencontro das Amigas do brega em DVD. "Todo mundo está pedindo muito e queremos fazer isso, mas falta um investidor. Somos independentes e precisamos de estrutura para ter um resultado legal", afirma. A noite do brega no Clube Metrópole ainda terá os DJs Palla e Paulo Marreta com setlists de hits do cenário nacional. Ingressos: R$ 25 e R$ 40 (revertida em consumação), à venda no Sympla e na bilheteria da casa. Informações: 3423-0123.

Os DJS Palla e Marreta completam o line-up da festa Brega Retrô no Clube Metrópole. Foto: Facebook/Divulgação


Entrevista // Palas Pinho

Como surgiu a ideia do projeto?
Tudo começou com o projeto Brega Retrô, para fazer um registro com as bandas que não tinham vídeos na internet. Nesse projeto, quando reencontrei com as meninas,  montamos um grupo de divulgação pelo Whatsapp. Como o público viu que a gente estava unida, eles pediram um shows juntas. O nome do grupo era Amigas do brega e sentei com elas para fazer a proposta. Teria que ter um investimento e construir um trabalho bem massa, figurino, produzir o show. As que toparam foram as quatro que ficaram. 

Como o brega romântico perdeu espaço no movimento recifense?
Nunca pensei que fosse dar certo. O brega é muito desunido e achava que não ia conseguir. Em todo meio é assim, tem rivalidade, um querendo passar a perna e aparecer mais que o outro. O sertanejo é um exemplo. Eles são uma fábrica de artistas, fazem investimentos absurdos. São como formigas, super organizados, e todos se juntam para lançar a carreira de um artista novo.

Além do brega, bandas de forró - Saia Rodada, Aviões e Garota Safada - usavam o termo rapariga nas músicas. Mas agora entrou em desuso. Como analisa essa mudança?
Amor de rapariga (Rafaela Lis) foi uma das primeiras canções a usar esse termo em 2002. Eu não queria gravar essa música, mas o dono de uma rádio ouviu e ofereceu para eu cantar. Fui a primeira a usar e depois virou febre. Veio a de Sirano e Sirino (Amor de rapariga) e a resposta Rapariga é você (Mairton Lins), famosa na Banda Beijo Bhom. Depois do sucesso, outros compositores quiseram me dar músicas com esse tema, mas eu não quis. Não via sentido, já que Amor de rapariga tinha fincado uma marca. Eu sempre digo que me inspirei em Walkyria Santos para cantar. Naquela época, o forró Magníficos estava em alta. E ela tinha um jeito sensual de cantar forró em Meu Tesão é Você (1996). Eu quis trazer isso para o brega. 
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