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Cantor cearense José Milton lança novo disco no Recife com pocket show

Retrato Cantado terá evento de lançamento na loja Passa Disco, no Espinheiro

Publicado em: 09/05/2018 12:31

Elegante e muito bem polido, Retrato cantado é uma espécie de autobiografia musical pautada por um grande apreço pela MPB. Foto : Livio Campos/Divulgação

Quando se pensa em nomes do cancioneiro nacional a partir dos anos 1970, são grandes as chances de citar algum que já trabalhou com o produtor musical José Milton. Nelson Gonçalves, Chico Buarque, Nana Caymmi, Dominguinhos, Emílio Santiago e Paulinho da Viola representam apenas uma pequena parcela dos artistas que estiveram ao lado dele em estúdios. Mais conhecido pelo papel na produção, José Milton, 72, é também um intérprete experiente, embora só há pouco tenha gravado o segundo álbum da carreira, Retrato Cantado (Biscoito Fino, 14 faixas, R$ 29,90). O CD será lançado nesta quarta-feira (9), a partir das 19h, na loja Passa Disco (Rua da Hora, 345, Espinheiro), com pocket show do artista.

O disco anterior tem mais de quatro décadas. A uma dama transitória (1976) tem entre os destaques Bolero de satã, composição de Guinga e Paulo César Pinheiro que ficaria famosa tempos depois na voz de Elis Regina e Cauby Peixoto, no LP Essa mulher (1979). “Me deu vontade”, simplifica José Milton sobre o retorno, acrescentando também que, frequentemente, era incentivado por outros músicos a gravar um novo trabalho. E, aliás, essa volta traz também uma regravação de Bolero de Satã.  

Apesar do longo hiato entre os dois únicos discos, José Milton chegou a planejar um disco em 1987, que teria entre as canções Atiraste uma pedra, composição de Herivelto Martins e David Nasser, executada em Retrato cantado ao lado, de Fagner. “Desisti porque estava com muito trabalho de produção, uma série de coisas”, relembra, sobre um dos períodos mais prolíficos. Hoje, ele contabiliza quase 200 discos produzidos. “É muita coisa. Comecei em 1973, com Vivência, da Banda de Pau e Corda”, diz, afirmando não saber ao certo com quantos artistas trabalhou até agora. “É uma porrada, sei lá, garanto que são muito mais de 50, fora os álbuns que fiz de projetos com vários artistas”.   

“Fui chamando as pessoas que foram importantes na minha vida”, diz sobre as participações especiais para Retrato Cantado. A lista inclui: Angela Maria, Fagner, Guinga, Nana Caymmi, Miúcha, Joyce Moreno, Carlos Lyra e o padre Fábio de Melo, este último o mais recente. “É um cantor sofisticado, com um olhar mais secular”, diz sobre o religioso, que faz dueto no clássico Tocando em frente, de Renato Teixeira e Almir Sater.

Elegante e muito bem polido, Retrato cantado é uma espécie de autobiografia musical pautada por um grande apreço pela MPB. Ainda que bastante tradicional no repertório e performance, não cai no formalismo e mostra um verdadeiro apreço pela MPB, sendo, assim, pautado também pela emoção.
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