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'Ainda parece uma espécie de cota', diz Baco Exú do Blues sobre rappers nordestinos na cena nacional

Baiano se apresenta no Recife na festa Hellciffe Flow, dividindo o palco com os grupos Attooxxa e Arrete

Publicado em: 25/05/2018 10:13 | Atualizado em: 24/05/2020 18:21

Na estreia de Baco o estado, uma de suas cordas vocais estourou. (Foto: Mavi Moares/Divulgação)
Na estreia de Baco o estado, uma de suas cordas vocais estourou. (Foto: Mavi Moares/Divulgação)

Em meados de 2016, dois artistas lançaram uma música que fez os olhos da cena rap nacional se voltarem para o Nordeste. Sulicídio, uma parceria do baiano Baco Exú do Blues com o pernambucano Diomedes Chinaski conseguiu, de forma agressiva e sagaz, retratar o monopólio do Sudeste no mercado do ritmo. Aproveitando a visibilidade, Baco lançou Esú, que viria se tornar um dos álbuns de hip hop mais aclamados do ano passado.

O repertório, que une o rap com diversas matrizes de música brasileira, será apresentado nesta sexta-feira, às 22h, durante a festa Hellcife Flow, no Bailito - o novo Baile Perfumado. A banda de pagodão eletrônico Attooxxa e as pernambucana do grupo Arrete completam a programação.

"Acredito que eu alcancei uma forma diferente de trabalho com a música. Estou conseguindo assistir uma aceitação do rap como arte. Uma aceitação das pessoas com isso, algo que eu não estava acostumado”, diz o baiano de 25 anos, que atualmente integra a programação de festivais em todo o país.

Indo além do flow típico do estilo norte-americano, Diogo Moncorvo (verdadeiro nome do artista) centrou fogo em outros ritmos da cultura negra. O manguebeat de Chico Science e Nação Zumbi e a melancolia soul de Tim Maia surgem enquanto o baiano versa sobre tormentos pessoais, religiosidade e caos urbano.


Apesar de ter sido catapultado ao sucesso por uma música que faz ode ao Nordeste e, em seu álbum, exaltar alguns ritmos nordestinos, Baco afirma que o rap nacional ainda está longe de ser inclusivo para artistas de fora do eixo cultural Rio/São Paulo. "As pessoas ainda não passaram a valorizar os rappers nordestinos, por exemplo. Sulicídio surgiu como uma comoção, mas ainda me parece uma espécie de cota, sabe? Temos dois, três, quatro representantes", opina.

Embora a Hellcife Flow marque a segunda apresentação de Baco em Pernambuco, para muitos fãs é como se fosse a primeira. Em sua estreia no estado - no festival Guaiamum Treloso Rural -, uma das cordas vocais do rapper estourou. "Achei que eu não fosse capaz de concluir o show naquela situação. Não existe show de rap sem voz. Mas deu certo, a galera me ajudou bastante cantando as músicas".

Serviço
Hellcife Flow, com Baco Exú do Blues, Attooxxa e Arrete
Onde: Baile Perfumado (Rua Carlos Gomes, 390, Prado)
Quando: sexta-feira, a partir das 22h
Quanto: R$ 70, R$ 35 (meia) e R$ 45 (social)
Informações: 3033-4747
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