CULTURA
Lançadas no Museu do Estado biografias de Montez Magno e Tereza Costa Rêgo
Disponíveis em versões impressas e eletrônica (e-book), livros foram escritos pelos jornalistas Olívia Mindêlo e Bruno Albertim e integram a coleção Memórias da Cepe.
Por: Osnaldo Moraes
Publicado em: 18/04/2018 22:43 | Atualizado em: 18/04/2018 23:00
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| Livros "Montez Magno: Poeta, Artista, Camaleão" e "Tereza Costa Rêgo: Uma Mulher em Três Tempos" podem ser adquiridos por R$ 80 (impressos) ou R$ 19,90 (e-book). Reproduções das capas-Cepe/Divulgação (Livros "Montez Magno: Poeta, Artista, Camaleão" e "Tereza Costa Rêgo: Uma Mulher em Três Tempos" podem ser adquiridos por R$ 80 (impressos) ou R$ 19,90 (e-book). Reproduções das capas-Cepe/Divulgação) |
O prédio anexo do casarão que sedia o Museu do Estado, na Avenida Rui Barbosa, 960, Graças, na Região Noroeste do Recife, deu espaço ao resgate de histórias dos livros “Montez Magno: Poeta, Artista, Camaleão” e “Tereza Costa Rêgo: Uma Mulher em Três Tempos”, que integram a coleção Memória da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), com direito aos relatos dos autores, respectivamente, Olívia Mindêlo e Bruno Albertim. Em entrevista, os biografados se referiam à dor da saudade ao relembrar personagens do passado, mas mostravam satisfação na noite desta quarta-feira, quando ocorreu a noite de autógrafo dos livros que resgatam as histórias de mais dois nomes relevantes na cultura pernambucana.
“Mexe muito com a gente. Eu tenho a vida muito marcada”, disse a artista Tereza Costa Rêgo, se referindo ao trabalho de resgate de sua história. “Lembra muita gente que se foi. Da minha geração só resta Montez (Magno), Brennand e Reynaldo Fonseca”, disse, pouco antes do início do evento, quando preferiu não falar ao público. Mas também destacou com indisfarçável satisfação, após se referir ao tempo do “grande amor”, que não o define como “melhor tempo”. “Sempre fui consequência dos outros, a filha de, a mulher do revolucionário; agora sou eu, eu. Eu estou me gostando!”, salientou.
“Tem que rememorar e às vezes machuca, se lembra de pessoas que não existem mais”, ponderava de modo semelhante o artista -como disse preferir ser chamado- Montez Magno. “(Escrever uma) autobiografia deve ser um negócio danado! A não ser que faça como Jô Soares, que leva tudo no humor. Mas a vida não é feita só de humor”, sentenciou. Diferentemente de Tereza Costa Rêgo, Montez abriu o verbo na noite de autógrafo citando lembranças que foram afloradas na feitura do livro.
Ambos jornalistas, os autores dos livros afastam a idéia de que sejam produtos “chapa branca”. Bruno Albertim contou que, apesar de desfrutar de um bom relacionamento com sua biografada, em certos momentos foi necessário um afastamento, quando insistia em tocar em assuntos sobre os quais ela resistia em falar. “Ela é uma mulher complexa, sua vida parece uma ficção não tão plausível”, disse. Os tempos da ditadura e da perseguição a “camaradas” e a seu grande amor, um dos líderes do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Diógenes Arruda Sampaio, são parte dessas memórias.
Preferindo classificar seu livro como “perfil biográfico”, Olívia Mindêlo contou ter ouvido do biografado “Você vai falar disso?”, quando respondia “Você vai querer sair de santo?”. Para ela, em tempos de redução de espaços para escrever sobre cultura, ganhar 256 páginas para preencher foi um desafio para contar histórias da história de um boêmio que vivia aventuras numa época sem GPS, como viajar pela Europa só com a passagem de ida para uma residência artística ou percorrer de fusca dez mil quilômetros do Recife a Buenos Aires.
Serviço:
Livros da coleção Memórias da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe)
“Montez Magno: Poeta, Artista, Camaleão”
Olívia Mindêlo
“Tereza Costa Rêgo: Uma Mulher em Três Tempos”
Bruno Albertim
Preço dos livros: R$ 80 (cada), R$ 19,90 (e-book)
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