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Decoração
Coração sertanejo, mesmo longe do Pajeú
Mostrando de onde veio, o artista Maciel Melo trouxe muitas referências do Sertão para seu lar
Publicado: 28/04/2018 às 08:00
Com o "coração tão sertanejo", o artista trouxe um pouco de Guaracy, município do Sertão do Pajeú, para Aldeia/Thalyta Tavares/Esp DP
Da terra dos poetas e filho de sanfoneiro, o cantor acredita ter nascido com o destino premeditado. "O meu pai era músico, mas não me ensinou nada. Ele queria que fosse engenheiro, advogado ou jornalista. Mas não teve jeito, acabei enveredando para o lado da música", conta. Ficou famoso por canções como Caboclo Sonhador e Dama de Ouro. Afora inúmeras composições, atuou na novela Velho Chico, produção da Rede Globo, e escreveu livros. Uma autobiografia romanceada, intitulada A Poeira e a Estrada, e o livro de crônicas Refúgios da Interrogações, previsto para ser lançado em julho deste ano.
Sempre imerso na cultura nordestina, ainda pequeno o artista aprendeu a reunir os amigos para fazer um forró pé de serra. Por ser tradição no Sertão do Pajeú, quando veio para Pernambuco, Maciel logo providenciou 'aquela sombra bela' para celebrar o bom da vida. "Fui criado no meio dos cantadores de viola, no meio dos forrozeiros. Com 14 anos, fui para o mundo ser artista. Por minha história, continuei com o costume de trazer amigos para casa. Então, eu mesmo vou inventando. Acabei fazendo um espaço só para isso", explica. 
Para seguir a tradição à risca, na sombra do cantor tem azulejos, itens feitos de barro, fogão à lenha, mobília em madeira e uma foto do mestre Luiz Gonzaga. "Eu pensei em fazer uma coisa meio rústica, tipo acampamento de pescador. Coloquei somente um telhado e algumas coisas, não gosto de nada sofisticado demais. Aqui é 'arrudeado' de árvores e não tem paredes", esclarece.
Morar mais próximo da capital pernambucana foi necessário para seguir agendas. A calma e o verde da natureza de Aldeia foram pontos decisivos na escolha do artista. "Parece que estou na minha terra, onde nasci. Tem muito mato e passarinhos. Aqui é o meu sossego, onde eu escrevo", comenta. Para ele, a relação com o lar é algo sublime. "Quando você chega em casa, quer paz. É um ninho. Trago poucos amigos. Só aqueles com energia boa".
Na sala do artista, tem muito do que ele é. Os instrumentos, livros e uma rede compõem o ambiente que, para ele, é a melhor parte da casa. Perto da sua área de criação, Maciel ainda deixa os seus instrumentos sempre à mão. "Aqui deito na rede, eu adoro. E escrevo, componho, leio, pesquiso". No espaço, há quadros e um cantinho para refeições. "Eu gosto de cozinhar. Quer um café?", pergunta, mostrando que, afora todas as habilidades, é bom anfitrião.
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