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Pernambucano Lucas Torres mergulha em desejos e anseios existenciais em disco

O músico apresenta Signoser, com participações especiais, nesta sexta-feira, no Teatro Hermilo Borba Filho

Publicado em: 22/03/2018 19:25

'Coletividade é a chave para nos tornarmos seres humanos melhores', diz Lucas. Foto: Ernesto Rodrigues/Divulgação


Nascido em Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, o cantor, compositor e multi-instrumentista Lucas Torres lança o seu primeiro disco solo, Signoser, em show no Teatro Hermilo Borba Filho (Av. Cais do Apolo, 121, Bairro do Recife), nesta sexta-feira (23), às 20h. Segundo o artista, o projeto começou a ser gravado há dois anos e aborda as inquietações humanas em uma atmosfera introspectiva, mística e densa. "As músicas do Signoser falam do mergulho em si próprio, nas descobertas que você faz quando se questiona, quando analisa sua vida como um fragmento do universo. Medos, dores, alegrias e amores de uma forma subjetiva. Você como signo transformador de sua própria realidade", diz Lucas. 

O show de estreia do álbum vai contar com participações especiais de Juliano Holanda (produtor musical do disco), Almério (que divide os vocais com Torres em Quando), Romero Ferro, Isaar e a poetisa Luna Vitrolira. "Os cinco convidados do show são figuras presentes na minha trajetória. Não foi algo solto, o convite veio da importância que cada um tem para minha vida pessoal e artística", explica. As referências musicais de Lucas não são poucas, além dos tios poetas Júlio Holanda e Zé Torres, ele afirma ter buscado inspiração em Ave Sangria, Arnaldo Baptista, Secos e Molhados e em artistas internacionais, como Björk e Portishead. "Sou muito 'camaleão', absorvo tudo o que me cerca e tento filtrar o que me dá textura para colagens experimentais. Acho que fazer arte é se descobrir também, é se auto conhecer, se desafiar. O disco é uma colagem de impressões e uma forma de dar vazão a todos esses sentidos", diz. 

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Lucas conta que está animado para a estreia e ansioso para apresentar ao público um trabalho que ele considera a concretização de um sonho. "Todo nascer é incrível, carregado de muita energia e muito astral. É bem mais do que um espetáculo, é um ritual de passagem. O primeiro álbum para um artista, feito totalmente independente, movido pela vontade em fazer música... Isso por si só já é motivo para muitas celebrações". Os ingressos para o show estão à venda através do site Sympla ou na bilheteria do teatro, por R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Na ocasião, o disco Signoser também estará disponível por R$ 10.

Entrevista // Lucas Torres, cantor, compositor e multi-instrumentista

Viver na Mata Norte foi fundamental para a construção do Signoser?
Sem dúvida. Além de ser meu berço, onde tudo começou, estar na Mata Norte foi muito importante para mim, tanto nos aspectos negativos, quanto nos positivos. Goiana é conhecida como a terra de muitas águas. Eu sou água, minha voz, minha poesia. Estar aqui me conecta a indagações profundas, pois a Mata é um mistério, a resistência que ela exerce e a força sagrada e mística que passeia pelas folhas. Eu carrego comigo essa essência, sabe? O verde dos canaviais, toda sua história de dor e poder, isso tem muita força para quem é daqui. As queimadas, as cheias, as distâncias, a monotonia, o tempo que passa mais devagar... Tudo isso são marcas que carregarei nessa vida.

O que te motivou a seguir em carreira solo?
A vontade em fazer música, em não parar. Fui integrante de uma banda de rock progressivo de Goiana, a Flores Mortas, e, seis anos atrás, quando a banda se desfez, decidi continuar a caminhada, até porque não havia de ser diferente. Não tenho escolha senão cantar. A carreira solo surgiu mais para que eu pudesse continuar o que fazia, uma assinatura para que eu pudesse tomar a frente em questões de produção. Mas somos uma banda, funciono através de parcerias, de trocas, de multiplicações. Eu gosto de banda, de estar junto e tenho o privilégio de ser cercado de pessoas que admiro e que são peças fundamentais para Lucas Torres.

Como você avalia a cena da música pernambucana?
A música pernambucana sempre foi referência para o Brasil, isso é um fato. O jeito de criar e de experimentar. Não é querendo ser bairrista, mas Pernambuco é um celeiro de cultura e arte inquestionável. Hoje, vejo fluir uma energia muito importante, um fazer mais agregador, uma 'horizontalização' de percepções. Percebo que há mais trocas entre os artistas, as pessoas querem crescer juntas, se ajudam, chegam junto. Não há mais tempo para egoísmo, individualidade ou briga por fama. Hoje, a galera só quer mandar seu som, conseguir a grana para viver de seu trabalho e ser feliz sendo o que é, e isso é maravilhoso. Coletividade é a chave para nos tornarmos seres humanos melhores.

SERVIÇO
Lucas Torres apresenta Signoser
Onde: Teatro Hermilo Borba Filho (Av. Cais do Apolo, 121, Bairro do Recife)
Quando: 23 de março (sexta-feira), às 20h
Quanto: R$ 20 (inteira), R$ 10 (meia). À venda no dia do evento na bilheteria do teatro, ou antecipadamente pelo site Sympla
Informações: 99783-2053

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