Artes cênicas

Paixão de Cristo do Recife vai voltar, afirma José Pimentel

Espetáculo, que tinha 21 anos de existência, havia sido cancelado no início do mês

Publicado em: 21/03/2018 16:25

José Pimentel como ator na Paixão de Cristo do Recife. Crédito: Wellington Dantas/Divulgação

A Paixão de Cristo do Recife não vai acabar, ao menos se for concretizada a vontade do ator e diretor José Pimentel, que interpretou o papel de Jesus Cristo durante 40 anos ininterruptos. O evento, realizado desde 1997, havia sido cancelado no dia 8 de março, mas a decisão foi revertida, segundo o artista, pelo lamento dos artistas e da população. "As pessoas cobravam a realização da peça. Se a gente não fizer esse ano, vai ficar difícil. Fiz essa escolha sabendo que contrariava alguns. Vou até o fim, até não ter mais forças", frisa. Agora, Pimentel acumula as funções de diretor e produtor. A princípio, as datas de apresentação no Marco Zero estão mantidas: 30 e 31 de março e 1° de abril.

Quer receber notícias sobre cultura via WhatsApp? Mande uma mensagem com seu nome para (81) 99113-8273 e se cadastre

Ainda segundo o diretor, apenas cinco atores saíram do elenco. O resto permaneceu, incluindo Hemerson Moura, que havia sido selecionado para substituir Pimentel como protagonista. "Ele é um cara arretado. Ficou do meu lado, brigou para o espetáculo sair". No entanto, os obstáculos são muitos. O cenário precisa ser refeito e os fornecedores e atores, pagos. "Descobri que uma coisa é sonhar e outra, cair na realidade. Alguns fornecedores ficaram chateados por eu ter mudado de ideia, mas assumo isso. Até agora, nem a Prefeitura do Recife, nem o Governo do Estado me procuraram. Alguns empresários me procuraram, mas ainda não temos verba para bancarmos os custos".

O ex-produtor do espetáculo, Paulo de Castro, é taxativo sobre a tentativa de remontagem. "Não sei de absolutamente nada. O que tínhamos de falar já foi dito há duas semanas. Se ele me der um cronograma de despesas, eu iria até a Fundação de Cultura da Cidade do Recife e faria convênios, e faria a Paixão dele. É preciso ver se isso bate com os custos de cada coisa, dos atores, do som. Estou falando como presidente da APACEPE - Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco. Mas, como produtor, essa paixão eu não quero fazer, pois sei que não vai funcionar".

Acompanhe o Viver no Facebook:
Os comentários abaixo não representam a opinião do jornal Diario de Pernambuco; a responsabilidade é do autor da mensagem.
MAIS NOTÍCIAS DO CANAL