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Livro resgata documentos históricos de Pernambuco imediatamente após a Revolução de 1817

Publicação, organizada por Evaldo Costa, Hildo Leal da Rosa e Débora Cavalcantes de Moura, é composta por material do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano

Publicado em: 01/03/2018 17:10 | Atualizado em: 01/03/2018 20:00

No material, é possível entrever a vida pós-revolução de 1817 e o tratamento dado aos revolucionários e a seus aliados. Crédito: Cepe/Divulgação

A experiência pernambucana de ser uma república independente de Portugal durante 75 dias foi intencionalmente apagada da história nacional e passou a ser relembrada com ênfase no ano passado, em seu bicentenário. Para que isso acontecesse, era necessário, para o lado vencedor, fazer sua versão da história prevalecer e isso pode ser percebido em documentos da época sob a guarda do Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. Essa é a perspectiva adotada pelo livro Memorial do dia seguinte, a revolução de 1817 em documentos de época, organizada por Evaldo Costa, Hildo Leal da Rosa e Débora Cavalcantes de Moura, cujo lançamento acontece às 18h30, na sede do arquivo, na Rua do Imperador.

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O trabalho de pesquisa começou em 2016, quando Evaldo era diretor da instituição. Na época, a equipe do Arquivo Público identificou, selecionou e digitalizou os manuscritos mais relevantes. Os pesquisadores Hildo Leal da Rosa e Débora Cavalcantes de Moura estiveram à frente da tarefa e, ao todo, 106 documentos raros foram catalogados. Os manuscritos, sejam eles correspondências, ordens régias, ordenanças e registros de editais, foram transcritos e reinterpretados para o português atual.

No material, é possível entrever a vida pós-revolução de 1817 e o tratamento dado aos revolucionários e a seus aliados. Cada reprodução de documento é acompanhado de um parágrafo introdutório. Na ocasião da abertura, o conteúdo original acessado pelos pesquisadores poderá ser visto pelo público. “Perpassando todo o conjunto, ressalta-se o esforço para a construção da narrativa dos vencedores, presente em expressões de desprezo e raiva contra os revolucionários, tão repetidas e tão concatenadas que se percebe, com nitidez, a força superior que move as mãos dos missivistas”, analisa Evaldo no texto de apresentação da obra, editada pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).

O professor de História da Unicap Flávio José Gomes Cabral também escreveu um texto no qual detalha os eventos ocorridos no Estado durante e imediatamente após a Revolução Pernambucana. Como se pode perceber nos documentos, havia uma gama de interesses a defender: desde os pessoais, como um oficial que desejava se casar com a filha de um dos revolucionários e uma viúva pedindo pensão por ter seu marido morto em confronto com os opositores da Coroa até acertos contábeis e registros do que era feito com os revoltosos presos.

SERVIÇO
Lançamento do livro Memorial do dia seguinte, a revolução de 1817 em documentos de época
Quando: quinta-feira, às 18h30
Onde: Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano - Rua do Imperador, 371, Santo Antônio
Valor: R$ 40 (livro físico) e R$ 12 (e-book)
Informações: 3184-1125

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