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Felipe Arco lança seu terceiro livro, A Menina do Vestido Azul

Conhecido por espalhar versos nas lixeiras, grafiteiro e poeta critica a 'geração do desapego' e exalta o amor incondicional, a esperança e o perdão

Publicado em: 10/03/2018 13:31

Felipe é tido pelos fãs como uma espécie de 'guru' das relações amorosas. Foto: Dalmy Gabriel/Divulgação

Você provavelmente já se deparou com as frases do jovem poeta Felipe Arco pelas ruas de Belo Horizonte. Há cinco anos empenhado em "transformar a cidade em um grande livro", ele usa lixeiras como "páginas" para divulgar suas reflexões acerca da vida e do amor. Sábado (10), Felipe autografa a publicação de poemas e prosa A menina do vestido azul, no Espaço Taba Colab. "O livro trata do amor incondicional, fala sobre esperança e perdão. É um compilado de cartas e bilhetes destinados à menina do vestido azul", conta o autor, fazendo mistério sobre a personagem. Prefere que o leitor descubra sozinho quem ela é.

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DESAPEGO
O terceiro livro de Felipe, de 27 anos, traz reflexões sobre a "geração do desapego" – da qual faz parte –, adepta, segundo ele, de um ideal de amor-próprio que mais se aproxima do egoísmo. “Não sou contra o amor-próprio, pelo contrário. Não acho errado correr atrás de alguém, porque amar a si mesmo não impede que você lute por quem você ama”, defende. Questionamentos assim são recorrentes em suas intervenções no Centro de Belo Horizonte.

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"Muito se fala em reciprocidade, mas as pessoas entendem o termo de forma errada. Elas querem ser amadas com a mesma intensidade como amam. Ninguém nunca vai amar da mesma forma que outra pessoa. Por isso é tão importante o amor incondicional", acredita. Questões pessoais sempre foram a matéria-prima de Felipe Arco. "Situações recentes me fizeram ver a importância do amadurecimento nas relações de amizade, com familiares e, principalmente, no amor romântico. Tenho falado muito de crescimento pessoal, de olhar para os relacionamentos antigos e para as decisões erradas que todos nós tomamos. Elas nos ajudam a ser melhores, e o livro bate muito nessa tecla", conta.

Tido por jovens fãs como uma espécie de "guru" das relações amorosas, Felipe busca observar os erros como oportunidade de aprendizado. "Falo muitos deles, porque nossa tendência é sempre olhar os erros das outras pessoas. Tenho certeza de que aqueles que cometi me tornaram melhor", diz.

DEGRADAÇÃO
Grafites e versos são os dois amores do poeta. A ideia de inscrever pensamentos nas lixeiras vem do desejo de restaurar aparatos degradados do Centro de BH. Isso lhe trouxe fama e também dor de cabeça. No ano passado, Felipe foi processado pela prefeitura da capital, acusado de vandalismo. Recebeu três multas, revertidas em serviços comunitários.

Em meio à polêmica, um público fiel o segue nas redes sociais. No Facebook, a página Simples-Mente Felipe Arco é curtida por 100 mil usuários e recebe cerca de 3 milhões de impressões por semana. “Muita gente que reclama do meu trabalho pergunta por que não faço isso na minha casa. Faço. E muitas pessoas me convidam para fazer nas casas delas também”, revela o grafiteiro.

PAÇOCA

O início dessa trajetória foi relatado no primeiro livro de Felipe, 200 mil paçocas e infinitas poesias, lançado em 2015. No ano seguinte, ele escreveu 12 mil km e infinitas poesias, sobre a viagem que fez a várias regiões do Brasil para levar a sua mensagem. Nesse sábado (10), a festa de lançamento de A menina do vestido azul contará com várias manifestações ligadas à arte de rua. “Sou fruto da cultura hip-hop. Já trabalhei com rap e faço grafite há 11 anos. Não tenho vontade de fazer meus lançamentos em livrarias, com coquetéis, porque acho isso muito maçante. Minha intenção é que as pessoas entrem e se sintam dentro da rua”, adianta.

A música ficará por conta do rapper paulista Marcello Gugu e dos mineiros Hot e Oreia, do coletivo DV Tribo. O público poderá conferir exposição de trabalhos de Felipe Arco, além de pinturas feitas ao vivo pela grafiteira Maria Raquel Bolinho, entre outros convidados. Quem quiser pode levar camisas lisas, de preferência brancas, para que ele escreva seus versos. Outra atração será a reprodução, em tamanho real, de uma típica lixeira do Centro de BH, que receberá grafites do poeta.

A MENINA DO VESTIDO AZUL

. De Felipe Arco
. Independente
. 96 páginas
. R$ 25
. Vendas: facebook.com/Felipe4rco

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