Artes visuais

Exposição na Amparo 60 reúne mulheres artistas para questionar o conceito de feminino

Mostra abre nesta quinta-feira e terá, ao longo de sua duração, performance, debates e lançamento de livro

Publicado em: 01/03/2018 15:30

Obra 'Manter-se aterrorizada, tornar-se terrível', de Regina Parra. Crédito: Amparo 60/Divulgação

Mesmo com todos os avanços das últimas décadas, o conceito de “ser mulher” ainda é algo em constantes negociações e disputas. A liberdade de tratar de temas antes interditados para o olhar feminino, como a violência e a crítica política, está na essência da exposição A noite não adormecerá, cuja abertura será realizada às 19h desta quinta-feira na galeria Amparo 60. Em sua primeira curadoria solo, a jornalista e pesquisadora Julya Vasconcelos selecionou trabalhos de 11 artistas mulheres  que trazem na sua poética, em graus variados, diferentes formas de questionamentos aos limites da feminilidade. Na abertura, haverá performance da artista Marie Carangi e ao longo da duração da exposição, haverá atividades paralelas, como o lançamento de um livro e debates abertos ao público.

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As participantes da mostra são Juliana Lapa, Amanda Melo da Mota, Alice Vinagre - estas do casting da galeria - e artistas convidadas, incluindo Gio Simões, Clara Moreira, Regina Parra, Virgínia de Medeiros, Marie Carangi, Juliana Notari e Mariana de Matos. O nome da mostra, retirado do poema A noite não adormece nos olhos das mulheres, de Conceição Evaristo, e são uma metáfora do potencial combativo e existencial do processo artístico dessas mulheres. “Quando falamos da noite, nos referimos a um processo de silenciamento. Elas se expressam a partir de uma subjetividade de combate. As artistas não estão presas a um discurso sobre o feminino ou o femininsmo”, afirma Julya.

Essa combatividade está expressa, por exemplo, em obras como Manter-se aterrorizada, tornar-se terrível, letreiro de neon idealizado por Regina Parra. Enquanto algumas artistas, como Clara, Juliana e Gio exploraram uma poética existencial, voltada para arqúetipos e figuras míticas, como mulheres-pássaros ou imagens relacionadas a significados de cartas de tarô, outras, como Mariana de Matos e Alice Vinagre, apresentam obras mais voltadas a reflexões sobre questões sociais. A primeira apresenta dois trabalhos em tecido, com labirinto nos quais são postos obstáculos, tanto com linha quanto com palavras como “violência”. As referências e metáforas incluem, além do feminino, a população negra do Brasil. “Quero revelar e partilhar incômodos. Esta é uma maneira de colocar as pessoas no lugar do outro”, pontua Mariana.

BOX - A artista visual Ianah Maia transformou sua experiência como viajante em matéria-prima para a exposição Algumas coisas bonitas que encontrei, que será aberta às 20h no ZV Tattoo e Galeria, na Galeria Joana D’Arc (Avenida Herculano Bandeira, 213, Pina). As obras estarão disponíveis ao público tanto em papel aquarelável quanto em papel vegetal. A intenção é de que se possa tanto fazer uma tatuagem quanto levar uma obra para casa. O local estará aberto para visitação de quarta a sábado, das 14h às 21h. A entrada é gratuita. O agendamento pode ser feito pelo email nandozeve@gmail.com.

SERVIÇO
Exposição A noite não adormecerá, com curadoria de Julya Vasconcelos
Abertura: 1° de março (quinta), a partir das 19h
Onde: Amparo 60 - Rua Artur Muniz, 82, 1° andar, Boa Viagem
Visitação: Terça a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Entrada gratuita
Informações: 3033-6060

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