Cinema

Estudantes de cinema pedem ajuda para realizar filme só com equipe e protagonistas negros

Filme O Fio tem o objetivo de contar histórias diferentes e inserir novos profissionais no mercado

Publicado em: 15/03/2018 10:44 | Atualizado em: 15/03/2018 11:01

Estudantes da UFPE pretendem lançar o filme em abril. Foto: O Fio/Divulgação

Inseridos no debate sobre representatividade negra na sétima arte, alunos do curso de cinema da Universidade Federal de Pernambuco estão lançando uma campanha de financiamento coletivo para dar vida ao filme O fio. A proposta é pôr em prática o curta-metragem de ficção criado, dirigido, produzido e estrelado apenas por artistas negros. 
O filme gira em torno da vida de César, um estudante pobre, negro e LGBT que se depara com o racismo velado ao tentar entrar no mercado de trabalho para se sustentar. De acordo com Anthony Ribeiro, roteirista e diretor do projeto, espera-se criar novas possibilidades dentro do mercado cinematográfico local ao executar um filme "afrocentrado", quando toda ou a maioria da equipe é composta por pessoas negras. 

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"A intenção, primeiramente, é inserir essas pessoas que geralmente não têm a oportunidade de estar à frente de um filme e colocar a sua visão da vida, sua perspectiva e própria realidade", disse ele. "Essa oportunidade serve para inserir novas pessoas e histórias que não são contadas no cinema se essas pessoas não estiverem ali", lembrou. 

O fio foi contemplado com o Edital UFPE de Apoio à Pesquisa em Criação Artística, responsável por fornecer R$ 5 mil para o projeto. O valor, contudo, é insuficiente para cobrir todas as despesas e será direcionado para pagar aluguel de equipamentos, armazenamento de arquivos e cachês para alguns dos atores. 

Por isso, foi criada uma campanha na plataforma Catarse visando arrecadar mais R$ 6 mil, verba que será investida diretamente nos sets de filmagem, assim como no transporte do elenco, da equipe e dos equipamentos, na alimentação durante os dias de gravação, composição cenográfica, iluminação, maquiagem e no figurino. 

"Resolvemos criar a campanha porque sabemos que muita gente quer ver essas histórias sendo contadas", completa Anthony. Quem contribuir (podem ser feitas doações com valores a partir de R$ 15), receberá recompensas, como pôster do filme, uma bolsa, um postal, o nome nos créditos ou até uma obra do artista pernambucano Furmiga. As filmagens devem começar em abril, com previsão de lançamento para outubro deste ano. 

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